PCP quer "avançar com uma política alternativa" para resolver problemas nacionais - TVI

PCP quer "avançar com uma política alternativa" para resolver problemas nacionais

  • SL
  • 8 mai 2019, 17:49
Líder parlamentar do PCP, João Oliveira

Líder parlamentar comunista, João Oliveira, pretende nova alerternatica política, em vez da opção de PS, PSD e CDS-PP de acatarem imposições da União Europeia ou fomentarem "crises políticas criadas por calculismo eleitoral"

O PCP exigiu, esta quarta-feira, "avançar com uma política alternativa" em vez da opção de PS, PSD e CDS-PP de acatarem imposições da União Europeia (UE) ou fomentarem "crises políticas criadas por calculismo eleitoral".

A cinco meses de eleições legislativas o que o país precisa é de avançar com uma política alternativa para resolver os problemas nacionais em vez de se deixar enredar em crises políticas criadas por calculismo eleitoral e fixações em maiorias absolutas", afirmou o líder parlamentar comunista, João Oliveira, numa declaração política, no parlamento.

O deputado do PCP defendeu a "concretização plena de todas as medidas de reposição, defesa e conquista de direitos", referindo, diversas vezes, a polémica da devolução do tempo de serviço congelado aos professores, a ameaça de demissão do primeiro-ministro e posterior recuo de democratas-cristãos e sociais-democratas, mas estendendo o tema a outras classes como militares, forças de segurança, enfermeiros.

Aquilo a que assistimos nos últimos dias a pretexto da reposição do direito à progressão na carreira dos professores e restantes trabalhadores com carreiras especais é bem revelador de como PS, PSD e CDS continuam irmanados na obediência e submissão às imposições da UE, colocando-as à frente dos direitos dos trabalhadores e da resposta aos problemas nacionais", disse.

João Oliveira acusou PSD e CDS de, "entre quinta-feira e sábado", defenderem as propostas aprovadas [na comissão parlamentar de Educação], "desmentindo os argumentos de terror orçamental lançados pelo Governo" e de valorizarem a sua aprovação, "apesar de não incluírem quaisquer das limitações que tinham proposto", mas de acabarem, "afinal, a renegar essas mesmas propostas mais depressa do que Pedro negou Cristo".

Segundo o parlamentar comunista, "o Governo e o PS podem em surdina rebolar-se de satisfeitos com o golpe de asa com que conseguiram meter no bolso PSD e CDS, que ainda há pouco tempo exigiam e votavam a sua demissão".

O que é preciso é avançar. Andar para trás não. O caminho que é necessário, como os últimos anos revelam com clareza, é o da valorização dos trabalhadores, salários e direitos", reforçou, acrescentando o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros.

A deputada socialista Jamila Madeira contrapôs que "aumentar a despesa sem limites e dar tudo a todos não é avançar", mas antes "garantir" que se pode "derrapar logo um pouco mais à frente", sublinhando que avançar foi o que o Governo do PS tem feito desde 2015.

O democrata-cristão Nuno Magalhães e o social-democrata Álvaro Batista criticaram a "peça de teatro de mau gosto do primeiro-ministro", uma "crise artificial".

Foi um golpe de teatro do Governo para não prestar contas das promessas por cumprir aos portugueses nem se falar mais da família socialista tão amplamente espalhada pela administração pública. O PCP passou de muleta do Governo para um zero à esquerda", apontou o deputado do PSD, enquanto o líder parlamentar centrista se referiu à "cambalhota" do PS para dizer que são os socialistas quem está a "agredir os camaradas de coligação".

O bloquista Moisés Ferreira vincou que "existem escolhas em aberto (Lei de Bases da Saúde, da Habitação, estatuto do cuidador, legislação laboral, entre outras) até final da legislatura" e sugeriu que "o PS está a ensaiar uma fuga a todos esses dossiês em cima da mesa".

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