Passos não promete "o céu e a terra" e pede "resultado inequívoco" - TVI

Passos não promete "o céu e a terra" e pede "resultado inequívoco"

Líder do PSD lembrou a herança socialista e o caso da Grécia na festa de rentrée política, no Pontal. E disse que o seu Governo pôs as pessoas no centro das decisões

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Passos Coelho vincou a importância da estabilidade governativa para os próximos anos e, por isso, sem prometer "o céu e a terra", pediu este sábado um resultado inequívoco nas eleições legislativas do dia 4 de outubro. 

Dirigindo-se a "todos os portugueses" e não apenas aos sociais-democratas e independentes próximos dos partidos da coligação PSD/CDS-PP, na festa do Pontal - que marca tradicionalmente a rentrée política do PSD, mas este ano conta com a presença de Paulo Portas, do CDS-PP - deixou o seu desejo para as próximas eleições.

"Um resultado que nos permita governar para resolver os problemas das pessoas e não andar à procura de como é que se resolve os problemas do Governo. Porque se o resultado não for inequívoco, o próximo Governo há-de ser seguramente um Governo cheio de problemas e isso seria um problema adicional para os portugueses"


Num discurso em que recordou por várias vezes a herança socialista e o estado atual da Grécia, que vai no terceiro resgate, por comparação com Portugal, o líder do PSD congratulou-se pelo trabalho feito pelo Governo. 

E, segundo Passos Coelho, foi um trabalho sempre centrado nos portugueses: "Conseguimos pôr as pessoas no centro das nossas decisões".

"Se por alguma razão estiverem ainda reticentes, é este o momento de os procurar conquistar também no seu coração, dizendo-lhes apenas isto: durante quatro anos governámos só a pensar nos portugueses. Ainda hoje é assim á beira das eleições"


Para Passos Coelho, "muitas vozes se ficaram a pasmar com a crise", sem querer que o Governo conseguisse resolvê-la.  "Quantas vezes nestes anos tive a consciencia plena de que se tivesse falhado nessa missão não era o meu futuro político que estaria em jogo, era o futuro de cada um dos portugueses que estaria em risco. Hoje as pessoas têm o filme todo à sua frente do que é que poderia ter acontecido a Portugal se tivessemos ido nessa conversa".


Que conversa?
A do PS e a do Syriza, deu a entender. "Aqueles que contaram histórias da carocinha sobre como é que se resolviam os problemas e como ia ser boa a nova abordagem trazida pelo novo governo grego, que dizia que não precisávamos de mais medidas de austeridade. Esses hoje inguém os ouve, desapareceram do nosso debate, estão a ver se a gente se esquece... porque evidentemente só quem é cruel toma medidas dificeis", ironizou.

"Os portugueses tambem sabem hoje do que se livraram. E conseguimos hoje, a pouco tempo das eleições, dar às pessoas uma convicção serena de que estamos a recuperar, estamos a crescer, estamos a criar emprego, estamos a exportar mais, a mudar estruturalmente a nossa economia. Estamos portanto a colher os frutos. Pergunta-se: se é assim realmente porque razão haveriamos nos de agora colocar em causa todo este processo por que passámos?"


Passos Coelho fez questão de lembrar que, em anos de eleições, "os politólogos dizem que no final do mandato os governos gostam mostrar que têm mais coisas para oferecer, gastam mais". "Nós, apesar das eleições, estamos a gastar menos e a economia está a crescer mais. Não é preciso nenhum eleitoralismo para poder servir Portugal e os portugueses", atirou.

"Não há razão para euforias. Não dizemos que prometemos o céu e a terra aos portugueses, prometemos,  garantimos trabalho, dedicação, inconformismo, porque não descansaremos enquanto existirem portugueses desempregados, pessoas que não tenham rendimentos o suficiente para viverem em dignidade, desigualdades na distribuição do rendimento ou no aceso às oportunidades de futuro. Não descansaremos enquanto não atacarmos todas essas desigualdades"


Descrevendo os portugueses como "um fortíssimo aliado", o líder do PSD terminou o discurso com um elogio aos cidadãos: "Hoje já não é preciso castigar os que trouxeram a troika, hoje podemos premiar os portugueses pelo trabalho que eles fizeram e dizer-lhes que temos muita esperança, muita esperança mesmo, no trabalho que iremos ter nos próximos anos para todos podermos viver melhor".

Já boa parte do discurso de Paulo Portas esteve centrado no ataque à "confiança" que António Costa proclama nos seus cartazes de campanha. 
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