James e as outras figuras do Mundial 2014 - TVI

James e as outras figuras do Mundial 2014

Colômbia vs Uruguai (Reuters)

Jogos emocionantes e com muita qualidade neste Campeonato do Mundo

Esperava escrever este artigo com Portugal a disputar os oitavos de final. Não conseguimos, mas esta fase tem trazido jogos emocionantes e com qualidade. Têm sido desafios equilibrados, disputados até à última gota de suor.

Até ao momento, dos seis jogos disputados, dois deles tiveram a decisão nos penalties, um decidido ao minuto 94, através de um penalty, um outro no prolongamento e o Colômbia-Uruguai a ser resolvido com um golo em cada parte. Isto diz bem do equilíbrio e da forma como se têm apresentado as equipas.

É pena ver sair seleções como
México, Chile e Uruguai, pelo futebol que praticaram, mas também a Grécia, que esteve melhor do que a Costa Rica, além, claro, da Argélia, que colocou a Alemanha em grandes dificuldades.

Mas este Mundial tem feito emergir, como é normal, algumas figuras.

Alguns treinadores se destacam, não só pelo desempenho das suas equipas e a forma como reflectem o seu pensamento, mas também pelo perfil e maneira de estar no jogo. Miguel Herrera, do México, é um deles. Vive o jogo de uma forma emotiva, exteriorizando com reacções de agrado e insatisfação. Dá indicações lá para dentro e vibra com os lances, festeja com os jogadores e a forma como comemora os golos diz bem da intensidade.

Jorge Sampaoli, que acabou eliminado pelo Brasil, é outro treinador em destaque. Pelo que a sua equipa jogou, mas também pela forma como está no banco. Jorge faz da caminhada de um lado para o outro, em frente ao seu banco, o seu modo de vida naqueles 90 minutos. O que pensa naqueles momentos? O que preparou para o jogo está bem ou mal? O que é preciso melhorar? Por que razão o passe não entrou e muitos outros pensamentos, imagino eu, lhe passam pela cabeça, naquelas suas caminhadas. Viveu assim ao longo deste Mundial e fica a qualidade do futebol praticado pelo Chile e a sua forma de estar no jogo.

Jorge Luis Pinto, da Costa Rica, aparenta ser o mais calmo dos três e o seu comportamento no banco demonstra isso mesmo. Isto não quer dizer que não viva e sofra da mesma forma mas não exterioriza. Imagino o seu coração no momento em que Umaña partiu para o penalty decisivo. O central marcou e foi o libertar de emoções, fechadas durante quase uma hora, quando se viu reduzido a dez jogadores. Jorge Luis Pinto da Costa Rica levou a equipa, para já, a uns fantásticos quartos de final. Impossível, pensavam muitos. Talvez, mas não para este colombiano de 61 anos, que após passar em primeiro no grupo mais difícil do Mundial 2014, com duas vitórias e um empate, disse depois da vitória perante a Itália que não era merecedor de nota 10. Ficava pelo 9 porque acreditava que podiam melhorar.

Para já, com a sorte que por vezes é necessária (tiveram-na com a Grécia), estão nos quartos de final que vão disputar, não tenho dúvidas, com um coração enorme. Segue-se a Holanda.

Por último Vahid Halilhodzic, que comandou a selecção argelina. Uma imagem tranquila, colocou a Argélia a jogar um futebol de qualidade. Além da passagem aos oitavos de final, o que a Argélia fez perante a poderosa Alemanha diz bem do trabalho realizado e da forma como preparou a equipa.

Do meu ponto de vista, este tem sido também o Mundial dos guarda-redes. Ochoa, do México, esteve quase intransponível. A jogar sem contrato, acredito que com aquilo que defendeu e a qualidade que demonstrou, clubes não faltarão.

Keilor Navas defende a baliza da Costa Rica e mais uma vez ajudou a equipa na caminhada, como surpresa da prova. Defendeu superiormente o penalty marcado por Gekas. Será que o teremos por cá?

Júlio César é outro dos destaques. Muito discutida a sua chamada e titularidade, demonstrou que mantém todas as suas capacidades. Parou dois penáltis na decisão e foi o herói do jogo. Grande momento no flash interview.

Rais Bohli da Argélia esteve bem e demonstrou muita segurança. No jogo desta segunda-feira foi uma barreira para quase todos os remates alemães. Não conseguiu parar o toque de calcanhar de Schurlle nem o remate de Ozil. Apenas.

Por último, duas notas.

Dois jogos já foram decididos por penáltis. No Brasil-Chile, chegados ao quinto penalty e a marcar primeiro, Neymar tinha nas suas costas o peso de um país. Quando foram para os penáltis, pensei logo que Neymar seria o último. A responsabilidade está sobre ele desde o primeiro dia e o jovem de 22 anos tem correspondido em grande. Já são quatro os golos marcados e não podia ser outro o escolhido para o quinto penalty.

São momentos de enorme tensão. A Costa Rica levou a decisão para os penáltis e no último coube a Umaña marcar. O central não tremeu e conseguiu a proeza de ajudar o seu país a atingir pela primeira vez os quartos de final.

Para terminar um jogador que tem marcado este Mundial: James Rodriguez. Já são cinco os golos marcados e muito provavelmente o primeiro contra o Uruguai será o melhor do Mundial. Quem marca golos normalmente está sempre em cima e nesta altura James assume a liderança dos goleadores marcadores e o sonho de todos os colombianos. Quem não o conhecia ficou agora com vontade de saber mais e veremos qual será o seu comportamento no confronto perante a selecção anfitriã.
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