Pandemia arrasa economias do Euro e Espanha lidera recessão - TVI

Pandemia arrasa economias do Euro e Espanha lidera recessão

Nenhum país escapou aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. PIB da Zona Euro também registou uma queda sem precedentes

Já era esperado, mas mesmo assim não deixa de surpreender. No segundo trimestre deste ano, e em comparação com o mesmo trimestre de 2019, a economia espanhola registou a maior queda de sempre: 22,1 por cento.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística espanhol, há outra queda sem precedentes. Em cadeia, ou seja, em comparação com o trimestre imediatamente anterior, o PIB do país vizinho afundou 18,5 por cento.

O tombo deve-se às medidas de confinamento que foram adotadas no país para conter a pandemia do novo coronavírus. De forma mais detalhada, este cenário é resultado do colapso do consumo das famílias, que caiu 21,2 por cento, do investimento empresarial em bens de capital, que desceu 25,8 por cento e das exportações, que recuaram 33,5 por cento, num contexto de paralisação da atividade e do encerramento das fronteiras.

Tal como também já era esperado, nem o mercado de trabalho escapou aos efeitos da pandemia. O emprego medido em horas trabalhadas caiu 21,4 por cento, um declínio maior do que a destruição de empregos equivalentes a tempo inteiro, que caiu 17,7 por cento.

Nenhum país escapa aos efeitos da pandemia

Mas os estilhaços provocados pela pandemia do novo coronavírus atingem toda a Europa.

O Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos anunciou que no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos, a economia francesa contraiu 19 por cento. Em cadeia, o PIB caiu 13,8 por cento. É preciso recuar até ao segundo trimestre de 1968 para encontrarmos um cenário tão negro.

De acordo com o documento, o principal componente do crescimento, o consumo das famílias, caiu 11 por cento, os investimentos 17,8 por cento e as exportações 25,5 por cento.

"A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está ligada à cessação de atividades não essenciais no contexto da contenção implementada entre meados de março e início de maio", explicou o instituto em comunicado.

"O levantamento gradual das restrições levou a uma recuperação gradual da atividade económica em maio e junho, após o ponto mais baixo atingido em abril", lê-se na mesma nota.

Também em Itália, e depois de ter enfrentado um cenário sem precedentes no combate ao novo coronavírus, o país não escapa aos efeitos económicos da pandemia.

Quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB italiano afundou 17,3 por cento.

E nem mesmo o país mais forte do Velho Continente traz boas notícias. A economia alemã caiu 10,1 por cento no segundo trimestre do ano, a queda mais acentuada desde o início dos registos.

O Destatis, o Instituto Federal de Estatística alemão anunciou que a queda foi mais do dobro da maior registada durante a crise financeira e económica de 2008 e 2009.

Quedas sem precedentes

De acordo com o Eurostat, no segundo trimestre deste ano, quando as medidas de contenção para a Covid-19 adotadas pelos Estados-membros tiveram maior impacto na economia, o PIB caiu 15 por cento na zona euro e 14,4 por cento no conjunto da União Europeia (EU), em comparação com o mesmo período de 2019.

Ainda na comparação com o trimestre anterior, entre abril e junho, o PIB caiu 12,1 por cento na zona euro e 11,9 por cento na UE.

O serviço de estatística comunitário observa que esta redução trimestral representa, “de longe, os declínios mais acentuados observados desde o início das séries cronológicas em 1995”, que comparam com quedas mais contidas do PIB de 3,6 por cento na zona euro e 3,2 por cento na UE no primeiro trimestre de 2020.

Estas estimativas são preliminares. Os dados finais serão conhecidos em meados do próximo mês.

 

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