Impresa reduz em 10% salários dos administradores - TVI

Impresa reduz em 10% salários dos administradores

Pinto Balsemão

Dona da SIC anuncia corte de 10 milhões de euros em custos este ano

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[Notícia actualizada às 19h27]

A Impresa anunciou esta quinta-feira que vai reduzir em 10% os salários dos gestores de topo, com efeitos já a partir de Abril.

Segundo avançou, em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração do Grupo, Francisco Pinto Balsemão, «o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da Impresa decidiram, já com efeitos a partir de Abril e pelo prazo de 1 ano, reduzir os vencimentos [dos gestores de topo] em 10%».

Além disso, Pinto Balsemão explicou que perante a queda do mercado publicitário, o grupo pôs em marcha, já em 2009, «um plano de contingência com o objectivo de redução de pelo menos 10 milhões de euros» em custos. O objectivo passa por prosseguir, em 2009, com a política de contenção.

«Fomos os primeiros a antecipar a crise. Por isso, preparamos para 2009 um orçamento de realismo, que prevê fortes reduções de custos operacionais. Estamos a fazer um grande esforço mas estamos convencidos de que este plano de contingência é para cumprir, até porque poderá permitir atingir poupanças adicionais de 12 milhões de euros, para além dos 30 milhões já previstos no orçamento», disse.

O presidente do grupo de media assegurou ainda que o esforço tem sido assumido por todos. «Tenho recebido via e-mail sugestões dos colaboradores do grupo sobre como poderemos diminuir despesas diárias, que nos vão permitir gerar grandes poupanças».

Primeiros dados de 2009 «são ainda mais pessimistas»

Depois de ter garantido que o processo de «profunda reestruturação», que levou a rescisões amigáveis com 179 pessoas, foi feito em «clima de total paz social», Pinto Balsemão frisou que, em matéria de investimento e compras, «apertámos o cinto», ficando mesmo «pelos mínimos essenciais».

Apesar dos primeiros indicadores de 2009 se mostrarem ainda mais pessimistas do que aquilo que estava traçado, com o mercado publicitário a cair 30,2% em Janeiro, o mesmo responsável mostrou-se convicto de que a empresa vai «enfrentar esta recessão» e quiçá «regressar aos resultados positivos» ainda este ano.

«Vamos continuar com uma busca incessante de novas receitas na internet e reforçar a aposta no Cabo até 2013. Continuaremos a apostar em conteúdos estratégicos (como o futebol) e vamos relançar jornais e revistas». Além disso, «temos de prosseguir a transição para o digital e continuar a trabalhar no relançamento de novos sites, porque queremos alcançar um Ebitda positivo este ano», disse.

«Até na crise somos imunes a pressões políticas»

Pinto Balsemão lembrou ainda que o grupo que lidera é independente e imune a pressões políticas. «Nestes tempos de crise poderá haver quem pense que os grupos de comunicação são mais fáceis pressionar, mas na verdade não são. E ainda bem que tem havido algum sossego», atirou.

Quando a um possível interesse de angolanos no grupo, Balsemão apenas diz: «até agora não tive contactos com angolanos, nem qualquer necessidade de os aprofundar».

Recorde-se que a Impresa anunciou esta quinta-feira que, em 2008, registou um prejuízo de 26,9 milhões de euros. Um valor que compara com os lucros de 18,1 milhões de euros registados em 2007.
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