Campeonato de Portugal: «Se necessário, vamos para a porta da UEFA» - TVI

Campeonato de Portugal: «Se necessário, vamos para a porta da UEFA»

Olhanense

Pretendentes aos ‘play-offs’ não vão «parar de lutar» pela justiça

Os seis clubes do Campeonato de Portugal que estavam em lugar de disputar o play-off quando a prova foi suspensa afirmaram, nesta quinta-feira, que não vão desistir da luta contra a decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter subido Arouca e Vizela. «Se necessário, vamos os seis clubes para a porta da UEFA», disseram.

Em conferência de imprensa conjunta numa unidade hoteleira de Lisboa, os presidentes Luís Torres (Olhanense), Adelino Ramos (Real Massamá), Jorge Neves (Benfica e Castelo Branco), Hugo Mendes (Lusitânia de Lourosa) e Jorge Fernandes (Fafe), aos quais se juntou por videoconferência Marco Monteiro (Praiense), reforçaram o pedido para a realização de uma reunião com o presidente da FPF, Fernando Gomes, após este não ter comparecido na reunião de 08 de maio.

«A federação chegou à conclusão que tinha errado, que a decisão tinha vícios, ilegalidades e situações que não correspondiam ao regulamentado. Em 14 de maio, tomou uma decisão contrária, mas que teve o mesmo efeito. Voltou a errar, pois já não havia estado de emergência e o decreto-lei que permitia alterações regulamentares tinha cessado», explicou o presidente do Olhanense, Luís Torres, citado pela Lusa. O dirigente algarvio frisou a existência de «um desequilíbrio grande entre as séries» e que «não podem ser comparadas a nível pontual».

Em causa estão as decisões tomadas a 14 de maio pela direção da FPF, que anulou a decisão de 02 de maio de promover Vizela e Arouca ao segundo escalão por serem as equipas com mais pontos. Ao invés, lembra a agência de notícias, a FPF aprovou um aditamento regulamentar que lhe permitiu, no fundo, fazer o mesmo.

O artigo, com o n.º 11-A, com efeitos imediatos, prevê agora que, em caso de conclusão do Campeonato de Portugal «em momento anterior à qualificação dos dois clubes melhor classificados em cada uma das séries para disputar o ‘play off' previsto no n.º 6 do artigo 11.º, sobem à competição profissional, de entre os primeiros classificados das quatro séries à data em que a competição foi dada por concluída, os dois clubes com maior número de pontos nessa data».

Os seis emblemas que ficram sem direito a play-off continuam a protestar.

«Somos clubes do Campeonato de Portugal, mas achamos que fazemos parte da realidade do futebol nacional. Vemos, ao longo deste tempo todo, o presidente da federação ter disponibilidade para intervenções que até são da esfera da Liga e não vemos o senhor presidente da federação a ter alguma disponibilidade para nos receber. Entendemos que nos deve explicações e queremos saber que decisão global tem para oferecer a estes seis clubes», declrou o líder do Real Massamá, Adelino Ramos.

Os presidentes dos clubes lesados consideram que a decisão administrativa «acaba por violar os princípios da justiça, da transparência, da boa-fé e da verdade desportiva» e que «não se viu a mesma vontade e disponibilidade que se viu na I Liga», que vai ser retomada a partir de 03 de junho, realçando que o Governo «nunca disse que não se podia realizar o ‘play-off’ do Campeonato de Portugal».

«Fala-se muito do alargamento e reformulação da II Liga. Na altura do cancelamento dos campeonatos, chegámos a dizer que era chegado o momento de a federação ter a coragem de reformular os campeonatos e entender-se com a Liga para um alargamento da II Liga a duas zonas, com 14 clubes cada. Essa é uma das soluções», sugeriu Adelino Ramos.

Já o presidente do Olhanense referiu também que «há cada vez mais uma abertura dos clubes da II Liga» para um alargamento, que anulava igualmente a descida do Cova da Piedade e do Casa Pia, e lamentou que se esteja «a destruir a galinha dos ovos de ouro», o futebol, e a afastar os adeptos da modalidade.

Luís Torres prometeu que as seis formações vão continuar a lutar: «Em último caso, vamos os seis para a porta da UEFA. Pedimos que seja feita justiça e que não se prejudique os clubes mais do que já foram prejudicados. A nossa voz não se vai calar».

Refira-se que nessa altura, o Vizela liderava a Série A, com 60 pontos, e o Arouca era o primeiro da B, com 58. O Olhanense comandava a D, com 57, e o Praiense liderava a C, com 53. Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá seguiam nas posições imediatas, de acesso aos ‘play-offs’ de subida, com 52, 50, 42 e 57 pontos, respetivamente.

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