Marcelo faz apelo para que todos os portugueses sejam “cidadãos de primeira” - TVI

Marcelo faz apelo para que todos os portugueses sejam “cidadãos de primeira”

Discurso das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República volta a referir que "quando somos muito bons somos dos melhores dos melhores", mas não quer que se esqueçam erros como a corrupção ou as falências da justiça

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, optou por voltar a enaltecer os portugueses, nos vários "portugais" que existem no mundo, num apelo forte à igualdade, independentemente da família de onde proveem. 

No discurso das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o chefe de Estado falou de “uma só pátria na diversidade dos portugais que a formam cá dentro. Uma só pátria na riqueza dos portugais que as nossas comunidades criam lá fora.”

Em Portalegre, onde as celebrações deste dia voltaram 41 anos depois, Marcelo mencionou os tempos recentes que “apelaram à consciência de acordar mais cedo e mais fundo para os portugais demasiadas vezes esquecidos, que assumem o valor de um compromisso acrescido para com estas portuguesas e portugueses que resistem à distância física e política, e não renunciam a quererem ser cidadãos de primeira, tão de primeira como os que nasceram, viveram a morreram nas metrópoles onde mais depressa têm a sua sede os poderes públicos.”

"Somos todos Portugal, mais do que nunca e por isso, todos recordamos, sem distinção", disse, referindo-se às Forças Armadas, aos compatriotas "mais sofridos que vivem em países com guerras, terrorismo, guerrilhas internas, carência básicas, exclusões e xenofobias" e aos que, felizmente, vivem outras realidades em um ambiente inclusivo. Mas, enalteceu, também, os que divulgam a língua portuguesa e trabalham em prol do país e de um bem maior, com o orgulho de sabermos que "todos os dias se constroem portuguais."

O Presidente frisou ainda um dos "traços do nosso pessimismo [como portugueses]" que impede que façamos, o que Marcelo repete, tal como fez este domingo, no Porto, após Portugal vencer a Liga das Nações: "quando somos muito bons somos dos melhores dos melhores."

E continuou fazendo questão de reforçar que não é só em cargos, como, por exemplo, secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres], mas todos os dias, "cá dentro e lá fora" que tantos líderes, das mais diversas áreas, e anónimos são considerados dos melhores e mais qualificados.

Marcelo não quer, no entanto, que se apaguem ou omitam "os nossos fracassos coletivos. Os nossos erros antigos ou novos", como a corrupção ou as falências da justiça, o que diz serem exigências constantes de "maior seriedade e ética na vida pública." 

Um discurso que seguiu a linha do anterior, o do jornalista João Miguel Tavares, escolhido para presidente da comissão do 10 de junho deste ano, que advertiu que para a falta de esperança e as desigualdades de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados.

As comemorações do Dia de Portugal começaram hoje e terminam em Cabo Verde, onde Presidente da República e primeiro-ministro estarão entre segunda e terça-feira.

Em Cabo Verde, as comemorações terão lugar na cidade da Praia, na ilha de Santiago, e no Mindelo, na ilha de São Vicente.

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