Carris: PCP diz que descontos nos passes discriminam o resto da área metropolitana - TVI

Carris: PCP diz que descontos nos passes discriminam o resto da área metropolitana

Metro (Lusa)

Partido considera "inaceitável" que um reformado de 65 anos da Amadora ou Odivelas que deseje utilizar o metropolitano não tenha acesso aos descontos de 60% para o passe Navegante que lhe serve (o Navegante Rede), mas esse desconto seja garantido ao mesmo reformado de Benfica ou Lumiar

A direção da organização regional de Lisboa (DORL) do PCP defendeu hoje que os descontos na rodoviária Carris, "decretados pelo Governo" e aplicados na capital aos idosos e às crianças até 12 anos, discrimina o resto da área metropolitana.

Em comunicado hoje divulgado, o partido aponta que "é completamente inaceitável que um reformado de 65 anos da Amadora ou Odivelas que deseje utilizar o metropolitano não tenha acesso aos descontos de 60% para o passe Navegante que lhe serve (o Navegante Rede), mas esse desconto seja garantido ao mesmo reformado de Benfica ou Lumiar".

Da mesma forma, não se compreende que uma criança de 10 anos de Queluz ou Algés tenha que pagar o passe até chegar a Lisboa e o Governo só lhe garanta um passe para a cidade de Lisboa", acrescenta.

A DORL do PCP refere também que "esta discriminação é realizada para dar a entender que isso acontece devido à municipalização da Carris e à política praticada por essa gestão municipal", o que é "completamente falso".

Os descontos foram decretados pelo Governo, são praticados em empresas tuteladas pelo Governo (o Metro pelo Ministério do Ambiente e a CP pelo Ministério das Infraestruturas) e são pagos (totalmente ou pelo menos na parte relativa a estas empresas) pelo Orçamento de Estado, pelo que deveriam abranger todos os maiores de 65 e os menores de 12 anos", sustenta esta direção regional.

Para os comunistas, "é inaceitável que, para tentar favorecer a campanha eleitoral do candidato do PS a Lisboa, o Governo pratique este tipo de discriminações contra as outras autarquias e contra as populações dos restantes municípios".

Para a cidade de Lisboa, este tipo de política, assente em medidas casuísticas e pensadas para campanhas eleitorais explicam que, quase ano e meio depois de este governo tomar posse, se continuem a multiplicar as promessas e continue a crescer o caos nos transportes públicos da cidade e da região", adianta a DORL do PCP.

Este organismo comunista exige, por isso, "o alargamento a todo o país do desconto de 60% para todos a partir dos 65 anos, repondo a situação existente até agosto de 2011", assim como "o alargamento da gratuitidade para os menores de 12 anos a todos os transportes públicos".

Solicita, ainda, "o alargamento do passe social intermodal a toda a região, todos os operadores e todas as carreiras, pela qual o PCP tem lutado, avançando para uma efetiva política de promoção da mobilidade e dos transportes públicos" e "seriedade no tratamento destas questões".

A Câmara de Lisboa assumiu hoje a gestão da rodoviária - 41 anos depois de a ter 'perdido' para o Estado -, num processo que gerou alguma polémica, após o PCP ter pedido a sua apreciação parlamentar.

Nos próximos três anos, a autarquia tenciona, além dos descontos que já entraram em vigor, adquirir 250 novos autocarros, fazer um investimento de 60 milhões de euros, contratar 220 motoristas e criar 21 novas linhas, que fazem parte da nova "Rede de Bairros" e pretendem servir deslocações do dia-a-dia nas freguesias lisboetas.

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