Covid-19: Costa vai "apertar" com os portugueses que gostam de sair à rua - TVI

Covid-19: Costa vai "apertar" com os portugueses que gostam de sair à rua

  • CM - Atualizada às 14:11
  • 1 abr 2020, 13:27
Covid-19: exercício fisíco em tempo de pandemia

Governo vai intensificar as restrições e clarificar as regras de circulação

O primeiro-ministro afirmou, nesta quarta-feira, que o Governo vai "apertar um bocadinho" e clarificar as regras de circulação, sobretudo no período da Páscoa, e avisou que abril vai ser um mês "perigosíssimo" em termos de propagação da Covid-19.

Vamos adotar medidas mais claras para que as pessoas percebam que no período da Páscoa não podem mesmo andar a circular e devem ficar na sua residência permanente. Acho que vamos ter de apertar um bocadinho, dando um sinal mais claro de que não é mesmo época para andarmos de um lado para o outro", disse o primeiro-ministro, em entrevista à SIC.

António Costa falou unicamente sobre a evolução do surto do novo coronavírus em Portugal, e consequências económicas e sociais a prazo.

O primeiro-ministro procurou sobretudo deixar uma mensagem, tendo em vista a aproximação da Páscoa.

Os últimos dias dizem-nos que o ritmo de crescimento está menor, o que pode ser um bom sinal, mas este mês é perigosíssimo, em primeiro lugar porque há a Páscoa - um momento muito difícil para todos nós e temos de vivê-la este ano de uma forma radicalmente diferente daquela que estamos a viver", afirmou.

António Costa pediu então às pessoas para que "não vão à terra visitar os seus familiares e fiquem mesmo na sua casa".

Há uma coisa duríssima, mas acho que é preciso dizer aos nossos compatriotas que vivem fora, na França, no Luxemburgo ou na Alemanha. Este ano não venham, fiquem. Além do mais, se vierem, não podem sair de casa", observou.

No contexto deste apelo, o líder do executivo reforçou ainda que "as famílias numerosas vão ter que estar juntas separadas (com cada qual nas suas próprias casas) no período da Páscoa".

Este não é ano para fazermos grandes almoços de Páscoa", acrescentou.

Governo prepara solução de aulas pela televisão para todos os níveis educativos

O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que o Governo está a preparar uma solução assente na Televisão Digital Terrestre (TDT) para assegurar as aulas no período em que as escolas estão encerradas por causa da pandemia de Covid-19.

António Costa referiu-se a esta medida depois de interrogado sobre as consequências para os alunos caso se prolongue pelo terceiro período escolar o encerramento dos estabelecimentos de ensino. 

Para todos os níveis educativos, estamos a trabalhar numa solução de rede de segurança, porque sabemos que muita gente não tem acesso aos conteúdos e às aulas que têm estado a ser ministrada online por computador", declarou o primeiro-ministro.

O líder do executivo especificou depois que a solução que está a ser preparada "assenta na Televisão Digital Terrestre (TDT), que é acessível a toda a gente".

Mas é uma coisa muito difícil. Quando havia tele-escola [décadas de 70 e 80] havia meia dúzia de disciplinas, mas agora há dezenas de disciplinas e é muito difícil organizar grelhas", justificou.

Confrontado com o receio de famílias e de alunos de perderem o ano escolar por causa da suspensão das aulas presenciais, o líder do executivo afastou essa possibilidade.

Temos de salvar o ano, assegurando a todos a maior justiça na avaliação, mas também as melhores oportunidades de terem o acesso educativo, porque a escola não é só avaliação. É também o conjunto de aprendizagens que se adquirem. Este é um ano [letivo] absolutamente extraordinário", frisou.

Em matéria de educação, António Costa fez questão de reforçar a ideia de que o seu executivo pretende criar essa rede de segurança assente na TDT "para aumentar a acessibilidade" às aulas.

Em paralelo, "através das escolas, vamos continuar a desenvolver todas as plataformas digitais que têm estado a ser utilizadas. E vamos estudar ao máximo as oportunidades de a escola poder reabrir na medida do possível", disse, embora aqui sem adiantar qualquer expectativa em termos de calendário.

Subiram para 187 as mortes por Covid-19 em Portugal e para 8.251 os contágios, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

São mais 27 mortos (um aumento de 16,8%) e mais 808 casos de infeção (um aumento de 10,8%) em relação ao balanço anterior.

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