De visita a Ponte da Barca, o presidente do PSD classificou de "boa notícia" a redução da taxa de desemprego, divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas lamentou não haver notícias "tão boas" relativamente à criação de emprego.
Hoje tivemos uma boa notícia com o desemprego. Soubemos que em outubro ele recuou um pouco mais significativamente e isso é uma boa notícia para começarmos o nosso ano. Pena que não tivéssemos conseguido ter notícias tão boas como esta do lado do emprego", disse Pedro Passos Coelho, que falava em Ponte da Barca durante a iniciativa "Cantar as Janeiras".
Para o líder do PSD, falta que os números mostrem que há também criação de postos de trabalho, considerando que a ida de pessoas para a reforma também pesa na redução da taxa de desemprego.
Era muito importante que o desemprego não baixasse apenas porque as pessoas chegam à sua idade de aposentação", mas porque "houvesse criação de emprego com uma perspetiva de remuneração qualificada", referiu Passos Coelho.
A taxa de desemprego situou-se nos 10,5% em novembro, segundo a estimativa provisória divulgada pelo INE, que reviu em baixa os valores de outubro para 10,6%, face à estimativa inicial de 10,8%.
A estimativa provisória da população desempregada em novembro foi de 534,3 mil pessoas e a da população empregada foi de 4,574 milhões de pessoas.
Falta "agenda de compromissos"
Para Passos Coelho, para que a criação de emprego com remuneração qualificada aumente é preciso que o Governo tenha "uma agenda de compromissos e reformas que traga esse rendimento e essa expectativa".
Só é possível ter um país a corrigir mais as desigualdades e gerar mais emprego com uma agenda reformista. Isto é, se não nos conformarmos com o que temos e isso, infelizmente, não tem estado muito nas preocupações do dia-a-dia. Antes pelo contrário. Aquilo que se tem visto durante o ano de 2016 é um bocadinho andar para trás e desfazer e menos o construir e andar para a frente", considerou o presidente do PSD.
Passos Coelho acrescentou que o país "tem que crescer mais do que está previsto para que as injustiças sociais e desigualdades económicas possam ser progressivamente superadas com envolvimento muito grande de todos os agentes económicos políticos e sociais".
Gostaríamos que o governo não cometesse os mesmos erros do ano passado, que aprendesse alguma coisa com os erros que se cometeram para podermos, em 2017, melhores resultados que em 2016", referiu.