Congresso do CDS-PP realiza-se a 27 e 28 de novembro - TVI

Congresso do CDS-PP realiza-se a 27 e 28 de novembro

  • Gonçalo Nuno Cabral
  • com Lusa - notícia atualizada às 14:53
  • 8 out 2021, 11:34
Francisco Rodrigues dos Santos

O eurodeputado Nuno Melo já assumiu a candidatura à liderança do partido. Também o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou a recandidatura

O congresso do CDS-PP vai realizar-se no fim de semana de 27 e 28 de novembro, em local ainda por definir, apurou a TVI24.

Além de o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, ter anunciado a sua recandidatura, também o eurodeputado e líder da distrital de Braga do partido, Nuno Melo, vai disputar o lugar, estando a apresentação da candidatura marcada para este sábado, no Porto.

O Conselho Nacional do CDS-PP reúne-se por videoconferência neste domingo para marcar o XXIX Congresso Nacional, uma reunião na qual serão analisados os resultados das autárquicas. Está prevista ainda a votação dos regulamentos do congresso, da eleição de delegados e a eleição da Comissão Organizadora do Congresso (COC).

Antecipa-se, desde já, alguma tensão, uma vez que 25 conselheiros nacionais do partido, , entre os quais Pedro Mota Soares, João Gonçalves Pereira e Nuno Magalhães, acusam a direção de Francisco Rodrigues dos Santos de "atropelo de regras".

Numa missiva endereçada a Filipe Anacoreta Correia, estes centristas consideram que "a tentativa forçada de realização de um congresso no fim de novembro, princípio de dezembro, que mostrando-se impossível cumprindo-se os prazos regimentais", pode "ter motivado o atropelo de todas as regras e procedimentos, de forma só imaginável em partidos políticos que, pela falta de democracia interna, nunca serviram de referência ao CDS".

E defendem que todos os possíveis candidatos à presidência do partido devem "beneficiar de tempo razoável para contactar as diferentes estruturas de norte a sul e nas regiões autónomas, informando, debatendo, dando a conhecer propostas e todas diferenças", como aconteceu há dois anos, quando Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito.

Mota Soares e Gonçalves Pereira acusam direção de querer "cercear direitos"

Os mesmos 25 conselheiros nacionais acusaram esta sexta-feira a liderança de querer "cercear direitos" e antecipar a reunião magna por "servir" à direção.

Num comunicado conhecido no mesmo dia, o presidente do Conselho Nacional considerou “totalmente infundadas” estas alegações e justificou que a reunião foi convocada com caráter de urgência face à decisão de organizar antecipadamente o 29.º Congresso, de acordo “com os prazos e as regras previstas nos regulamentos do partido”.

Essa antecipação até pode servir a atual direção do CDS, mas significaria uma tentativa evidente de cercear direitos que o CDS, como partido profundamente democrático, sempre teve por inalienáveis", acusam os conselheiros numa resposta enviada já hoje de manhã a Filipe Anacoreta Correia, na qual argumentam que a antecipação não permite "a existência de um debate pleno, livre, incondicional e esclarecedor junto de militantes e estruturas locais, relativamente aos projetos de candidatos que a seu tempo pretendam disputar a presidência".

Nesta resposta, a que a agência Lusa teve acesso, os 25 dirigentes defendem ainda que, "sem qualquer polémica e expressivo consenso", o congresso poderia realizar-se em janeiro de 2022, evitando assim a sua antecipação.

Estes críticos reafirmam que o Conselho Nacional foi convocado em "circunstâncias insólitas" e consideram que o comunicado divulgado por Filipe Anacoreta Correia confirma as "piores suspeitas acerca dos procedimentos e das intenções que os justificaram".

Insistindo que o Conselho Nacional "não reveste nenhuma natureza urgente", apontam que, "na convocatória enviada, não é referida qualquer data para a realização do próximo congresso, ou sequer feita menção à sua antecipação".

Não constando que um presidente do Conselho Nacional se possa substituir à direção de um partido nas suas propostas, invocar a urgência na base de uma possibilidade de data que nem sequer tinha sido decidida em órgão competente, não é motivo para justificar esta pressa, que não se compreende", criticam igualmente.

Filipe Anacoreta Correia é ainda acusado de proceder de forma "imprópria do cargo que seria suposto representar" e de querer prejudicar "os propósitos de quem queira ser alternativa à atual direção do CDS", contestando que até à hora em que esta resposta foi enviada ainda não tinham chegado aos conselheiros os documentos em análise, nomeadamente a proposta de regulamento do congresso com a data prevista para a realização do mesmo.

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