Miguel Morgado disponível para ser candidato à liderança do PSD - TVI

Miguel Morgado disponível para ser candidato à liderança do PSD

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  • 10 jan 2019, 17:34

Antigo assessor político de Passos Coelho diz estar a "ponderar" a hipótese "muito a sério"

Miguel Morgado, antigo assessor político de Passos Coelho, afirmou hoje que, se forem convocadas eleições diretas no PSD, irá ponderar “muito a sério a possibilidade de ser candidato”, uma decisão independente de uma candidatura de Luís Montenegro.

“Eu respeitarei seja qual for a decisão dos conselheiros nacionais: se houver eleições, eu tenho responsabilidades especiais, não as declinarei, e isso significa levar muito a sério a possibilidade de me candidatar, mas ainda não tomei essa decisão”, afirmou o deputado, em declarações aos jornalistas à entrada para a Convenção Europa e Liberdade, na qual é orador hoje à tarde.

Questionado se essa decisão será influenciada por o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro estar também na corrida, Miguel Morgado respondeu: “Não exclui, nem inclui, eu farei a minha própria ponderação à luz do modo como as coisas forem evoluindo”.

Miguel Morgado recordou que, nas anteriores diretas, em janeiro de 2018, defendeu que pessoas com maiores responsabilidades - onde se inclui - deveriam ter disputado as eleições com Rui Rio e Santana Lopes para proporcionar “uma escolha mais alargada” aos militantes do PSD.

“Existe uma direção em funções neste momento, de quem tenho divergido profundamente, mas que tem um mandato para cumprir. Não vai haver eleições até ao Conselho Nacional decidir algo em contrário. Eu respeitarei a decisão do Conselho Nacional seja ela qual for, a de convocar eleições ou não”, assegurou, alertando que o Conselho Nacional “não é um órgão banal do PSD, é o parlamento do partido”.

“Os conselheiros nacionais é que decidirão e eu respeito, não só por razão formalista, mas porque deve reproduzir o sentimento dos militantes do PSD”, sublinhou.

Apesar de manter a convicção de que a direção deveria levar o seu mandato até ao fim, Morgado reconhece que o Conselho Nacional “tem idêntica legitimidade à que goza Rui Rio como presidente do partido” para tomar uma decisão diferente.

Luís Montenegro está disponível para disputar a presidência do PSD e quer "eleições já", afirmou hoje uma fonte próxima do antigo deputado, que acrescentou que este dará uma conferência de imprensa na sexta-feira, às 16:00, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Congresso extraordinário em 45 dias

O presidente da Distrital de Lisboa do PSD, Pedro Pinto, defendeu hoje que é possível estatutariamente os sociais-democratas elegerem em diretas um novo líder e realizarem um congresso extraordinário em 45 dias.

Pedro Pinto, deputado social-democrata, considerado um dos críticos da atual direção do seu partido, referiu que o primeiro passo do processo - a convocação de um Conselho Nacional extraordinário do PSD - pode ser "muito rápida em termos de concretização, quer essa reunião seja convocada pelo líder [Rui Rio], seja por quem quer que for".

"Um Conselho Nacional extraordinário, para se realizar, apenas precisa de três dias para a sua convocação", sustentou em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

De acordo com a interpretação feita pelo presidente da Distrital de Lisboa do PSD aos estatutos do seu partido, o prazo previsto para a realização de um congresso extraordinário "é o mesmo do que para um de caráter ordinário".

"Portanto, penso que quaisquer 45 dias seria suficiente para um congresso extraordinário, incluindo diretas" para a eleição do novo líder, advogou Pedro Pinto, antigo líder da JSD e atual presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República.

Neste ponto sobre os estatutos do PSD, Pedro Pinto reforçou ainda que os 45 dias de prazo "é o tempo que está previsto" no sentido de se tomarem decisões em relação à eleição de uma nova direção.

"Se tomarmos em consideração estes 45 dias, será então um tempo substancial de antecedência face às eleições europeias", disse, admitindo, inclusivamente, que a feitura das listas de candidatos sociais-democratas não seja afetada por uma eventual mudança interna de ciclo.

Para o presidente da Distrital de Lisboa do PSD, "se uma crise se verificar, se houver a marcação de um congresso, só o líder saído desse novo congresso poderá tomar uma medida dessa natureza".

Questionado se o atual presidente do PSD, Rui Rio, deve ir já a jogo contra os seus adversários internos, Pedro Pinto recusou-se a comentar, dizendo apenas que "ele é que deve saber o que pensa que é melhor para o partido".

Assumiu, somente, que tem falado com outros presidentes de distritais, conselheiros nacionais, presidentes de câmaras, deputados e militantes sociais-democratas, analisando a situação do partido.

"É evidente que nos últimos tempos, esta matéria, pela importância que tem demonstrado e pelas vozes que se têm levantado, ganhou uma importância que antes provavelmente não se tinha. Coloca-se agora claramente em cima da mesa a hipótese de destituição do líder, ou a convocação de um novo congresso", sustentou.

Perante os jornalistas, o presidente da Distrital do PSD/Lisboa observou depois que "só surge um movimento dessa natureza [para destituir Rui Rio] por as pessoas não se sentirem satisfeitas com o desenvolvimento e com o papel que o partido está a ter na sociedade portuguesa".

Interrogado se é legítimo destituir Rui Rio antes de a sua direção se submeter a eleições europeias, em maio próximo, Pedro Pinto alegou que "em política as coisas fazem-se quando se sente a necessidade de serem feitas".

"Há um conjunto de fatores sentidos por muita gente que podem levar a uma situação dessa natureza. Quando isso acontece, deixa de se colocar a questão dos bons momentos. Apenas existe o momento de clarificação", argumentou.

Ainda segundo este dirigente social-democrata, "se as pessoas estivessem satisfeitas com o papel que o PSD desenvolve na sociedade portuguesa e se as pessoas achassem que era favorável a situação, seria ridículo que isso acontecesse", ou seja, que se mobilizassem para pedir novas eleições internas.

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