Luís Filipe Castro Mendes é o novo ministro da cultura - TVI

Luís Filipe Castro Mendes é o novo ministro da cultura

  • Redação
  • STS/ Atualizada às 9:58
  • 10 abr 2016, 09:11

Atual representante de Portugal junto do Conselho da Europa em Estrasburgo tomará posse na próxima quinta-feira, dia 14

O novo ministro da Cultura vai ser o embaixador Luís Filipe Castro Mendes, atual representante de Portugal junto do Conselho da Europa em Estrasburgo, segundo o site da Presidência da Republica. De acordo com a mesma fonte, o embaixador Luís Filipe Castro Mendes tomará posse na próxima quinta-feira, dia 14.

De acordo com informação avançada na página de internet oficial da Presidência da República, Luís Filipe Castro Mendes toma posse depois da deslocação do Presidente a Estrasburgo, nos dias 12 e 13 de abril.

Poeta ficcionista português, Luís Filipe Castro Mendes nasceu em 1950, em Idanha-a-Nova, e licenciou-se em 1974 em Direito pela Universidade de Lisboa, desenvolvendo a partir de 1975 uma carreira diplomática sucessivamente em Luanda, Madrid e Paris.

Foi assessor de Melo Antunes no Ministério dos Negócios Estrangeiros e, mais tarde, do presidente Ramalho Eanes em 1983.

Em 2010, substituiu Manuel Maria Carrilho na UNESCO e em 2012 assumiu funções no Conselho da Europa.

Desde muito cedo, entre 1965 e 1967, foi colaborador do jornal Diário de Lisboa-Juvenil.

A obra de Luís Filipe de Castro Mendes carateriza-se por cultivar as formas clássicas e a musicalidade dos versos e enquadra-se numa estética pós-modernista.

Revela ainda um universo enigmático onde o fingimento e a sinceridade, o romântico e o clássico, a regra e o jogo o levam a uma das suas obras mais expressivas "O Jogo de Fazer Versos" (1994).

No seu livro de esteia "Recados" (1983), problematiza quer a relação entre o sujeito e a realidade pela impossível nomeação que inscreve a poesia entre a palavra e o silêncio quer a relação entre o eu e o outro, numa última parte composta por uma série de mensagens dirigidas a destinatários identificados pelo nome próprio.

É autor de "Correspondência Secreta" (1995), obra fundada sobre a invenção histórico-ficcional e sobre o exercício de paródia, reunindo uma série de textos (monólogos, cartas, poemas) atribuídos a figuras literárias, como Marquesa de Alorna, Filinto Elísio, Cavaleiro de Oliveira, entre outros) na charneira entre o classicismo e o pré-romantismo.

A obra de Luís Filipe Castro Mendes tem ainda como traço distintivo a capacidade de renovar as experiências de escrita.

"Areias Escuras" (1984), "Seis Elegias e Outros Poemas" (1985), galardoado com o prémio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, "A Ilha dos Mortos" (1991) e "Outras Canções" (1998) são ainda exemplos de outras obras deste autor.

O novo ministro da Cultura vai manter a pasta da Comunicação Social, disse à Lusa uma fonte oficial do Governo. Com esta decisão do primeiro-ministro, António Costa, de manter sem alterações a orgânica do atual executivo, Luís Filipe Castro Mendes substitui João Soares em todas as pastas antes detidas pelo antigo presidente da Câmara de Lisboa.

O novo ministro da Cultura substitui João Soares que apresentou, na sexta-feira, ao primeiro-ministro, António Costa, a demissão das suas funções no Governo, invocando razões de solidariedade com o executivo.

O pedido de demissão, aceite pelo primeiro-ministro, foi feito na sequência de ameaças de agressão física aos comentadores Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente, do jornal Público, e constitui a primeira ‘baixa’ do XXI Governo Constitucional, menos de cinco meses após a tomada de posse.

A demissão foi apresentada depois de o primeiro-ministro, na noite de quinta-feira, em declarações aos canais de televisão, ter pedido desculpa aos colunistas do Público, nomeadamente Augusto M. Seabra, por quem confessou "particular estima", e Vasco Pulido Valente, por quem declarou "consideração".

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