Covid-19: Governo pretende "proteger o Natal, com o sacrifício da passagem de ano" - TVI

Covid-19: Governo pretende "proteger o Natal, com o sacrifício da passagem de ano"

Primeiro-ministro anunciou que o Governo vai manter as medidas anunciadas no Natal, mas vai agravar as restrições para o Ano Novo

O Governo não hesitou e puxou mesmo o travão de mão: o primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quinta-feira que vai agravar as restrições para combater a covid-19 no Ano Novo.

"Não estamos hoje no ponto onde desejávamos estar para podermos encarar o Natal com total tranquilidade", começou por referir, numa conferência de imprensa inteiramente por videoconferência – uma vez que está em isolamento profilático preventivo - após o Conselho de Ministros.

António Costa enumerou duas elações da evolução da pandemia no país: os festejos de Natal "têm que decorrer com máximo cuidado" e "serão adotadas medidas de máxima contenção no Ano Novo".

Desta forma, o Governo procurou por um equilíbrio "entre a proteção da saúde pública e a proteção das nossas liberdades", que passa por "proteger o Natal, com o sacrifício da passagem de ano".

Temos de cortar totalmente as celebrações de Ano Novo", afirmou Costa, acrescentado que esta é uma medida contrária à que o Governo anunciou há 15 dias.

Conforme noticiou a TVI, o recolher obrigatório no dia 31 de dezembro, noite de passagem de ano, será às 23:00. Já nos dias 1, 2, e 3 janeiro haverá recolher obrigatório às 13:00. As medidas serão aplicadas em todo o país, independentemente do grau de risco de cada concelho.

Perante o estado que em estamos hoje da pandemia, logo a seguir ao Natal é preciso fazer um grande esforço de contenção. Todos temos a consciência que por maiores que sejam os cuidados que as famílias tenham, necessariamentvai haver um aumento das infeções após o Natal”, sustentou.

Como “repetidas vezes têm dito vários dos nossos epidemiologistas”, explicou o primeiro-ministro, “quanto mais alto” for o patamar de onde se parte “maior será a dimensão da onda” e, para se “evitar um grande crescimento de uma onda em janeiro”, é preciso, logo a seguir ao Natal, “adotar medidas”.

Felizmente não é necessário puxar o travão de mão para o Natal naquela confiança que tenho que todas as famílias farão o esforço de se organizarem para termos um Natal com cuidado, mas esse travão de mão teve que ser puxado para a passagem de ano e acho que este é o equilíbrio certo que é permitir maior liberdade do Natal e depois termos que ter maior contenção na celebração do ano novo”, defendeu.

Natal sem limite de pessoas 

O primeiro-ministro admitiu que impor um número limite de pessoas por lei "não iria funcionar" em Portugal, mas tem a certeza que as famílias tomarão os cuidados possíveis. Contudo, frisou que "não é por acaso que os momentos de contaminação têm sido nos convívios sociais".

Como costumamos dizer, o Natal é quando o homem ou mulher quiser, seguramente teremos ao longo do próximo ano boas ocasiões para celebrar o Natal da forma como gostaríamos de celebrar agora", disse António Costa.

Numa nota final, Costa justificou a opção de manter as medidas no Natal, com a salvaguarda da segurança rodoviária

Fazer as pessoas terem viagens apressadas, em dias onde naturalmente se celebra habitualmente com algum copo de vinho, mais vale dar tempo para que todas as pessoas possam ir e vir em segurança", concluiu.

Costa considera justo atribuir primeiras vacinas a profissionais de saúde

O primeiro-ministro considerou "justo" que os profissionais de saúde tenham a primeira prioridade no processo de vacinação e afirmou que seria difícil selecionar nove mil em 90 mil residentes em lares de idosos.

Interrogado sobre o que levou o Governo a atribuir a primeira prioridade da vacinação a profissionais de saúde e não a residentes em lares, o líder do executivo alegou que "o critério de vacinação tem diferentes fases".

E tem é de ser ajustada cada operação de vacinação em função da quantidade do número de doses que vão ser entregues. Ora, neste primeiro lote que vai ser entregue ainda antes do final do ano, são cerca de nove mil doses. Por isso, tinha de se adotar ser entregue àquele grupo de pessoas que, fazendo parte da primeira parte, permitem uma cobertura eficaz e tão universal quanto possível, e não a conjuntos em que certamente se deixariam muitas de pessoas de fora", justificou.

António Costa observou então que as pessoas residentes de lares são cerca de 90 mil.

Ora, estarmos a selecionar nove mil dessas 90 mil seria obviamente difícil e porventura ser ia muito injusto. É mais seguro, mais justo e mais compreensível podermos atribuir este primeiro lote, que é relativamente simbólico para o resto da operação, a um universo de 9.950 pessoas que poderão ser objeto da vacinação a partir do próximo dia 27", acrescentou.

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