O primeiro-ministro participou esta terça-feira num debate com os deputados. Na pior fase da pandemia de covid-19 em Portugal, foram muitas as questões dirigidas ao chefe do Governo.
A primeira intervenção coube a Adão Silva, deputado do PSD, que começou por agradecer e elogiar o também social-democrata Ricardo Baptista Leite, que tem servido no hospital de Cascais nas unidades dedicadas ao novo coronavírus.
Lembrando os dados mais recentes da pandemia, o deputado referiu os números de casos e mortes por milhão de habitantes, que dão Portugal como um dos piores países do mundo, e o segundo pior da União Europeia em termos de óbitos nesta relação.
Como é que chegámos aqui?", questionou Adão Silva.
Em resposta à interpelação do social-democrata, o primeiro-ministro começou por falar num dever de "solidariedade" para com as famílias das vítimas, para com os infetados e para com aqueles que estão confinados.
Dirigindo-se à atual situação, António Costa vincou que todos os países têm diferentes fases, referindo uma "maratona muito dura" que exige um ponto fundamental: aumento da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e
O SNS tem conseguido, até agora, responder aos momentos de maior necessidade", afirmou.
Falando sobre a capacidade instalada, o chefe do Governo traçou o aumento das camas em unidades hospitalares ao longo da pandemia, cifrando em 5.795 camas a capacidade atual, que pode, garantiu, ser alargada.
Apesar do cenário traçado, António Costa afirmou-se confiante que o país possa ultrapassar a terceira vaga, ainda que entenda que existe um "cansaço acumulado" e uma notória fragilidade na sociedade portuguesa.
PSD fala em admissão de erro por parte do Governo
O Governo anunciou esta segunda-feira um apertar das medidas restritivas em Portugal. Para Adão Silva, este "marcha-atrás" significa que as medidas inicialmente tomadas não iam de encontro às necessidades do país.
Em resposta, António Costa afirmou que o objetivo era impedir um novo confinamento geral, até porque reconhece as consequências que isso teria e terá na economia.
Sobre a situação nas escolas, que continuam abertas, apesar de muitas críticas, o primeiro-ministro admite que é possível fechar as escolas, nomeadamente se se verificar que a nova variante detetada no Reino Unido acaba por se propagar mais naquela comunidade.
Ainda por Adão Silva, o PSD questionou porque é que só agora é que se vai iniciar a campanha de testes rápidos nas escolas.