Governo escolhe tenente-general Nunes da Fonseca para chefiar Exército - TVI

Governo escolhe tenente-general Nunes da Fonseca para chefiar Exército

  • SS - atualizada às 13:43
  • 19 out 2018, 13:02

O anúncio foi feito pelo próprio primeiro-ministro, António Costa, em Bruxelas. Presidente da República já aceitou a proposta de nomeação e marcou a posse para esta sexta-feira, às 19:00

O Governo escolheu o tenente-general Nunes da Fonseca para suceder a Rovisco Duarte como Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME).

O anúncio foi feito pelo próprio primeiro-ministro, António Costa, em Bruxelas, à margem de um encontro do Conselho Europeu. Costa explicou que a escolha de Nunes da Fonseca recebeu parecer favorável, por unanimidade, do Conselho Superior do Exército.

O Conselho Superior do Exército acabou de dar por unanimidade parecer favorável ao nome que tinha sido indigitado pelo Governo. Neste momento vai decorrer um Conselho de Ministros eletrónico, de forma a hoje mesmo podermos propor ao senhor Presidente da República o nome do senhor tenente-general José Nunes da Fonseca para o exercício das funções como chefe do Estado-Maior do Exército (CEME)”, declarou.

O Presidente da República já aceitou a proposta de nomeação e marcou a posse para esta sexta-feira, às 19:00, no Palácio de Belém, em Lisboa, segundo uma nota no site da Presidência da República.

A Lei Orgânica prevê que os chefes de Estado-Maior são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que terá de ir a Conselho de Ministros.

Esta tarde, o Conselho de Ministros extraordinário decidiu propor ao Presidente da República o tenente-general José Nunes da Fonseca para novo Chefe do Estado-Maior do Exército, assim como a correspondente promoção a general.

O Conselho de Ministros deliberou propor a Sua Excelência o Presidente da República a nomeação do Tenente-General José Nunes da Fonseca para o cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, bem como a correspondente promoção ao posto de General", pode ler-se no comunicado, a que a agência Lusa teve acesso.

O general Rovisco Duarte apresentou na quarta-feira o pedido de demissão ao Presidente da República. Foi exonerado das funções na quinta-feira.

Rovisco Duarte, que tomou posse no cargo de CEME em 15 de abril de 2016 e terminaria o mandato em abril do próximo ano, justificou a demissão numa mensagem dirigida internamente aos civis e militares do Exército, afirmando que “circunstâncias políticas assim o exigiram”.

Rovisco Duarte foi a escolha do anterior ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, para suceder a Carlos Jerónimo na chefia do Exército, que se demitiu na sequência de uma polémica que envolveu a direção do Colégio Militar, sobre uma alegada discriminação em função da orientação sexual.

A demissão de Rovisco Duarte ocorreu dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes após a sua demissão, na sexta-feira passada, na sequência dos desenvolvimentos da investigação do Ministério Público à recuperação do material militar furtado em Tancos.

Esta sexta-feira, o Diário de Notícias revelou que o documento que o tenente-general Martins Pereira recebeu de responsáveis da Polícia Judiciária Militar sobre o caso de Tancos envolve Rovisco Duarte. O então CEME terá proibido a entrada da Polícia Judiciária no Campo Militar de Santa Margarida (CMSM) no dia em que aparecerem as armas furtadas em Tancos. 

 

Quem é Nunes da Fonseca?

Nascido em 1961, em Mafra, Nunes da Fonseca desempenhou até agora o cargo de 2.º Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana.

Esteve colocado na força especial da NATO para o Kosovo, como general-comandante da força logística, em 2011, e na força de estabilização da Aliança Atlântica para a Bósnia-Herzegovina, como oficial de operações, em 1998-1999, tendo ainda integrado o comando da Eurofor em Itália, como adjunto de operações de logística e chefe de secção de procedimentos operacionais.

Foi o primeiro do seu curso de Ciências Militares de Engenharia e é um "Espada de Toledo", a mais alta graduação da Academia Militar.

Nunes da Fonseca foi condecorado duas vezes: em 2002, pelo Presidente Jorge Sampaio, como oficial e, em 2014, pelo Presidente Cavaco Silva, como Grande Oficial.

Tem ainda 23 louvores nacionais e três estrangeiros e cinco medalhas por serviços distintos no grau prata.

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