Açores: deputado regional do Chega vai votar contra orçamento, se não houver novo acordo - TVI

Açores: deputado regional do Chega vai votar contra orçamento, se não houver novo acordo

José Pacheco

Aos jornalistas, José Pacheco explicou que “nada está fechado”, acrescentando que acredita que as negociações darão resultado a compromissos sérios”

O voto único do deputado regional do Chega pode ser decisivo para que uma crise política não seja consumada nos Açores e, até agora, o jogo ainda está em aberto, como afirmou José Pacheco aos jornalistas esta sexta-feira.

Com a janela temporal a diminuir até à votação na generalidade, na quinta-feira, a TVI sabe que o deputado vai votar contra o Orçamento para a Região Autónoma para 2022, se não houver um novo acordo.

Assim, José Pacheco só viabiliza o orçamento para a região com um acordo com calendário e com a mudança de atitude do PSD.

Na conferência de imprensa, depois de a perda de confiança da estrutura nacional do partido chefiado por André Ventura ao XIII Governo Regional, Pacheco sublinha a “insatisfação” que sentiu nos últimos dias, apontando “uma notória falta de respeito pelo Chega”.

Contudo, e como já tinha prometido ter a última palavra, José Pacheco está pronto para dar uma “última oportunidade” ao Executivo, já que o diálogo está a decorrer de forma positiva.

“Tendo em conta todos os desenvolvimentos dos últimos dias, encontramo-nos mais confortáveis com as garantias que nos foram dadas”, diz o deputado regional, acrescentando que sente o dever de avaliar uma vez mais uma nova oportunidade neste Governo de direita.

Aos jornalistas, sublinhou novamente que “nada está fechado” e que “tudo pode acontecer”, salientando que, a bem da minha terra, “estamos em crer que as negociações darão resultado a compromissos sérios”. 

Para que o Governo consiga chegar a esse compromisso decisivo, José Pacheco não perde tempo e expõe o caderno de encargos necessário a criar essa estabilidade. Entre essas medidas estão o apoio à natalidade - que pede 1.500 euros por cada nascimento, mais se for numa zona de despovoamento - e a dotação de “equipamentos há muito prometidos e desejados” a quatro corporações de bombeiros.

Mas vai mais longe. Pede uma remodelação do custo da máquina do elenco regional, que transmitiu já ter o aval do Governo Regional, tal como a redução do endividamento e do número de dependentes do RSI. 

Outra prioridade do partido é a colocação em funcionamento do gabinete anticorrupção e uma interrupção no investimento público na SATA. "Temos de encontrar uma solução definitiva", reiterou sobre este último objetivo.

Direção do Chega pediu fim do apoio ao Governo

A Direção Nacional do Chega pediu na quarta-feira à estrutura partidária açoriana para retirar o apoio ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo José Pacheco dito então que ainda estava em “negociações” com o executivo e que é sua a “última palavra”.

A Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita – que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

Como a coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal, era esperada a viabilização do Orçamento Regional 2022 por estes partidos, bem como pelo deputado independente (que manteve o apoio ao executivo quando saiu do Chega).

Porém, a IL tem ameaçado votar contra, referindo agora que continua “a lutar” nas negociações, e o deputado independente, Carlos Furtado, afirmou que o entendimento parlamentar pós-eleições “já morreu”, pelo que “ou as pessoas mudam ou mais vale ir para eleições”.

O parlamento conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN. Neste último caso, o deputado único, que se absteve sobre o Programa de Governo e o Orçamento Regional 2021, aguarda apenas a validação da comissão política local para votar contra o Orçamento 2022, discutido na próxima semana.

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