O coordenador do programa eleitoral, João Tiago Silveira, sustentou na TVI24 que não houve alteração na formulação desta medida já constante no cenário macroeconómico.
Ou seja, segundo o ex-secretário de Estado, esta medida sempre esteve dependente da consolidação das novas fontes de financiamento da Segurança Social, casos do IRC social ou do imposto sobre heranças superiores a um milhão de euros.
João Tiago Silveira alegou ainda que uma medida que fez descer a TSU dos empregadores teria sempre de estar sujeita à discussão pela concertação social.
"A ideia [de que houve recuo] não corresponde à verdade. A diferença entre o que dizemos no projeto de programa e o relatório dos economistas é quase nada. Dizemos é uma coisa óbvia, que isto será negociado na concertação social. E dizemos a mesma coisa: que o esforço é gradual e poderá ser possível reduzir as taxas da TSU à medida que o esforço de novas formas de financiamento for sendo concretizado."
No Projeto de Programa Eleitoral do Partido Socialista, apresentado esta quarta-feira, os socialistas apresentam uma versão mais "cautelosa" da proposta de descida da TSU das empresas, fazendo-a depender da "consolidação" de novas fontes de financiamento. Já a TSU dos trabalhadores não está inscrita na proposta, mas António Costa já veio garantir que é mesmo para baixar no próximo ano.
Já em resposta à Lusa, o coordenador do programa eleitoral do PS afirmou que os socialistas mantêm a intenção de eliminar a sobretaxa de IRS em 2017 e reduzir o IVA da restauração de 23 para 13%.
Nestas duas matérias, "nada mudou" entre a apresentação do cenário macroeconómico "e a apresentação do projeto de programa eleitoral do PS", declarou à agência Lusa João Tiago Silveira, atual diretor do Gabinete de Estudos dos socialistas.
No caso da sobretaxa, no projeto de programa apresentado esta quarta-feira não se estabelecem prazos, mas o cenário macroeconómico falava em dois anos.