Eleições/Madeira: candidatos apelam ao voto, falam de momento único na região, mas temem contagem - TVI

Eleições/Madeira: candidatos apelam ao voto, falam de momento único na região, mas temem contagem

  • (Atualizada às 12:22) ALM com Lusa
  • 22 set 2019, 12:10

Sociais-democratas governam com maioria absoluta. Afluência às urnas maior do que em 2015 

O cabeça de lista do BE às eleições legislativas da Madeira, Paulino Ascensão, disse hoje esperar uma boa participação no ato eleitoral de hoje lembrando que durante muitos anos não foi possível às pessoas votarem.

Espero que haja boa participação, o tempo, por acaso, contribui para tal, está bom tempo, durante muitos anos muita gente ainda se lembra que não era possível votar, muita gente lutou para que fosse possível esse direito, uns perderam a vida e outros sofreram custos pessoais muito grandes", lembrou.

Paulino Ascensão disse ainda esperar que "as pessoas participem e não deixem a decisão por mãos alheias".

Quanto aos objetivos para o partido, o coordenador regional do BE adiantou que "é fazer melhor do que as anteriores [eleições] sem nenhuma meta especificada".

O Bloco de Esquerda (BE) apresenta como cabeça de lista às eleições legislativas regionais de 22 de setembro o seu coordenador regional Paulino Ascensão.

O BE inaugurou a sua presença na Assembleia Legislativa da Madeira nas eleições de 17 de outubro de 2004, elegendo um deputado com 5.035 votantes (3,66%), que manteve nas eleições seguintes.

No sufrágio de 2011, porém, ao atingir apenas 2.512 votantes (1,70%), perdeu o seu único deputado.

Herdeiro da UDP, este partido chegou a ter, nas eleições de 09 de outubro de 1988, com 9.687 votantes (7,73%) e três deputados na Assembleia Legislativa.

O BE quer contribuir para "um equilíbrio de forças" no governo da Madeira, pelo que considera que a sociedade madeirense "não vai colocar os ovos no mesmo cesto".

As eleições regionais legislativas da Madeira decorrem hoje, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

Rui Barreto (CDS) apela ao voto para não "haver arrependimento" depois 

O cabeça de lista do CDS às regionais da Madeira que se disputam hoje, Rui Barreto, apelou ao voto, considerando que depois “não há lugar para arrependimento" e esta é uma decisão para quatro anos.

A decisão que tomarmos hoje é uma decisão que vai-nos acompanhar nos quatro anos e espero que as pessoas possam vir votar, exercer consciente o seu direito de voto”, disse Rui Barreto, depois de exercer o seu dever cívico na escola Básica da Ajuda, nos arredores do Funchal.

O candidato considerou que este é “um momento para votar, decidir e avançar” e que as condições atmosféricas na Madeira hoje são agradáveis “para que as pessoas votem”.

No entender de Rui Barreto, “amanhã não pode haver lugar para arrependimento, porque as decisões que tomadas hoje percorrerão os próximos quatro anos”.

Também salientou que o “voto tem o mesmo valor independentemente da classe, da profissão, da idade, tem o mesmo valor e utilidade”.

Rui Barreto votou na mesa 13 da escola, assegurando não ser supersticioso: “Acho que o 13 pode ser um número muito feliz esta noite”.

Ainda considerou que, de acordo com os dados que dispõe, “a afluência é boa”, acrescentando esperar que se mantenha “ao longo do dia, porque é importante para o futuro da região”.

O também líder centrista madeirense admitiu que a abstenção é “uma questão que preocupa” e tem sido “muito elevada nos atos eleitorais anteriores na região".

Rui Barreto mencionou que pretende “desfrutar do dia”, dar um mergulho e aguardar, “à noite, serenamente pela conta” que os eleitores lhe vão dar.

“Depois logo se verá!”, vincou.

Obviamente que aproximando-se o fecho das urnas e a contagem dos votos há sempre um momento de maior tensão, um nervoso miudinho, mas tenho a consciência que fiz tudo, dei o meu melhor, esse é o maior descanso que tenho”, sublinhou.

Cafôfo (PS) diz estar "sereno" neste "momento único" na região

O candidato do PS às eleições regionais considerou que o ato eleitoral hoje é “um momento único” e “o mais importante desde o 25 de Abril”, declarando estar a aguardar o resultado “sereno” e “tranquilo”.

Estamos a viver um momento único na região. Foi uma campanha muito disputada, e, portanto, aquela que eu considero ser a eleição mais importante desde o 25 de Abril. Espero que as pessoas possam vir votar e construir o seu futuro”, afirmou Paulo Cafôfo depois de exercer o seu direito de voto na mesa 12, da escola básica da Ajuda, nos arredores do Funchal.

Paulo Cafôfo chegou ao local de voto na sua mota, uma Vespa verde.

É nesta mesma mesa que vota depois o cabeça de lista do PSD, Miguel Albuquerque.

O candidato argumentou que “a democracia só funciona com os cidadãos e é no exercício dessa cidadania que a democracia se pode fortalecer ou fragilizar”.

O candidato socialista também defendeu que as pessoas não devem “desperdiçar um verdadeiro poder, o poder do voto e não desaproveitar esta oportunidade”.

Sobre a abstenção, referiu ser “sempre um receio, porque é sempre mau para a democracia e mau quando as pessoas não põem nas suas mãos o seu destino”.

Mas, complementou, acreditar que “tendo estas eleições um cariz muito especial” haja uma grande afluência às urnas”.

O candidato assegurou estar “completamente sereno”, visto ser “uma pessoa que quer nos momentos de grande felicidade ou de grande tristeza” consegue “ter algum equilíbrio emocional”.

Edgar Silva (CDU) espera que não ocorram problemas na contagem dos votos

O cabeça de lista da CDU às eleições da Madeira, Edgar Silva, exerceu hoje o seu direito de voto na Escola Secundária Francisco Franco, no Funchal, na esperança que desta vez não ocorram problemas na contagem dos votos.

Vamos acompanhando o decorrer do ato eleitoral, esperando que não se voltem a repetir situações anómalas como há quatro anos ocorreram e que o ato eleitoral se paute por rigor no seu funcionamento e no respeito pela vontade dos cidadãos”, disse o candidato à agência Lusa.

Edgar Silva referia-se aos problemas que ocorreram nas últimas eleições legislativas da Madeira, quando uma recontagem dos votos não contabilizou os do Porto Santo.

De seguida, Edgar Silva dirigiu-se para as instalações que a CDU tem em frente àquela escola, onde vai estar a “acompanhar o ato eleitoral” e “em contacto com as pessoas que estão como delegados nas mesas, no sentido de saber se há alguma anomalia, alguma irregularidade”.

Reafirmando que o objetivo da CDU é eleger mais deputados do que no nas eleições de há quatro anos, o cabeça de lista comunista não põe de parte a possibilidade de entendimentos à esquerda.

Contudo, só a partir de segunda-feira, e em “função dos resultados eleitorais” e de como será a composição do parlamento madeirense, é que vai avaliar algum acordo com outro partido.

Afluência às urnas maior do que em 2015 

O representante da República na Região Autónoma da Madeira, Irineu Barreto, apelou hoje ao voto “para bem da autonomia” e disse ter informações de que a afluência às urnas estava a ser maior do que em 2015.

Este ano há uma maior afluência às urnas, pelo menos nas primeiras projeções. As informações que eu tenho é que há filas para votar, o que não acontecia há muito tempo”, disse o juiz aos jornalistas.

Acrescentou ainda, até àquela hora (11:00), a afluência às urnas estava a ser “substancialmente maior do que nas últimas eleições”, em 2015.

Irineu Barreto falava na Câmara Municipal do Funchal, onde vota juntamente com cerca de 1.200 outras pessoas.

O representante da República disse esperar que esta afluência às urnas que se registou durante a manhã “se mantenha durante o dia e que se possa dizer que, desta vez, a região cumpriu o seu dever e o seu direito”.

Por tudo isso, mostrou-se esperançado que esta seja “a mais reduzida abstenção das últimas eleições”.

“Espero que toda a gente cumpra esse direito e esse dever. Para bem da automomia, da região e de todos nós”, concluiu.

Para Irineu Barreto, o bom tempo que se faz sentir na Madeira não é “uma desculpa” para não se ir votar, porque “há tempo para tudo. Há tempo para ir à praia, para passear nas levadas, para ir à serra. E há tempo para votar. Votar custa 10 minutos do nosso tempo”.

As eleições regionais legislativas da Madeira decorrem hoje, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta - com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.

 

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