PSD vence na Madeira, mas sem maioria absoluta. CDS disponível para coligação - TVI

PSD vence na Madeira, mas sem maioria absoluta. CDS disponível para coligação

  • AG/CE (notícia atualizada às 22h45)
  • 22 set 2019, 19:08

As projeções dão entre 37% e 41% dos votos para Miguel Albuquerque, ficando com 19 a 23 dos 47 deputados da assembleia regional. JPP fica à frente da CDU e do PAN, com 3% a 5% dos votos

O PSD venceu este domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais.

Os sociais-democratas perderam a maioria absoluta que tinham desde 1976 no concelho madeirense do Porto Santo, após a vitória histórica do PS, que conquistou hoje 50,75% votos dos porto-santenses, segundo os resultados das eleições regionais.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados.

O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares.

A CDU conquista um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos.

Mais nenhum partido conseguiu eleger deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira, que tem um total de 47.

A abstenção foi de 44,49%.

Estavam registados para o escrutínio de hoje 257.758 eleitores, dos quais 252.606 na ilha da Madeira e 5.152 na ilha do Porto Santo.

Nestas eleições concorreram 16 partidos e uma coligação: PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR.

Nas eleições regionais de 2015, quando se registou uma abstenção recorde de 50,42%, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta – com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares (44,36% dos votos).

Em 2015, a segunda força política foi o CDS-PP, com 13,71% e sete mandatos, seguida pela coligação Mudança, que juntou PS, PTP, PAN e MTP, com 11,43% e seis mandatos.

O JPP alcançou 10,28%, elegendo cinco deputados, enquanto a CDU ficou com 5,54% e dois mandatos, à frente do BE, com 3,8% dos votos e também dois mandatos.

Os 2,7% conquistados pela Nova Democracia permitiram a eleição de um deputado.

Em 2015, a abstenção foi de 50,42%

CDS proclama vitória do centro-direita

O líder do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto, proclamou este domingo a vitória do centro-direita nas eleições regionais por ter conseguido eleger três deputados e possibilitar uma maioria absoluta em coligação com o vencedor PSD.

Nesta coisas é preciso saber fazer contas. O centro-direita venceu as eleições na Madeira. E como o centro-direita venceu as eleições. A esquerda perdeu!”, frisou.

O número 2 da lista do CDS-PP às eleições legislativas na Madeira, José Manuel Rodrigues, admitiu uma coligação eleitoral com quem vencer as eleições ao afirmar que o seu partido pode ser decisivo na formação do futuro Governo Regional.

Apesar desta bipolarização [entre PSD e PS], o CDS mantém a sua representação parlamentar, mantém o grupo parlamentar e isso pode ser decisivo na formação do futuro governo da Madeira”, disse aos jornalistas.

O centrista falava na sede do CDS-PP/Madeira, no Funchal, onde os responsáveis do partido estão reunidos para verem juntos os resultados das eleições regionais.

O CDS disse desde o início que admitia fazer coligações eleitorais com o partido que ganhasse as eleições. Não sei se isso será suficiente, mas o CDS está disponível para, sem partidos radicais, sem Partidos Comunistas, sem Blocos de Esquerda, sem geringonças, encontrar uma solução estável de governo para a Madeira e o Porto Santo para os próximos quatro anos”, frisou José Manuel Rodrigues.

Questionado sobre se essa solução passa por um acordo parlamentar ou por uma coligação, o número 2 da lista do CDS disse que, pessoalmente, “não é favorável aos acordos parlamentares” porque isso “é ter um pé na oposição e outro no governo”, o que “dá sempre errado”.

Por isso, acha “preferível uma coligação entre os partidos que vierem a suportar o Governo Regional da Madeira”.

PSD mantém-se "liderante", mas "acabou o poder absoluto"

José Lino Tranquada Gomes, actual presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, reagiu às primeiras projeções das eleições legislativas que dão a vitória ao PSD, mas sem maioria absoluta. Tranquada Gomes salientou o "civismo" com que os madeirenses participaram no ato eleitoral deste domingo. Chamou ainda a atenção para a diminuição significativa da abstenção.

Para o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, apesar de os dados divulgados serem apenas projeções, uma coisa é certa, "o PSD mantém-se como partido liderante" e que isso revela que "a população da Madeira e do Porto Santo continua a confiar num projeto social-democrata"

Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta dos socialistas, também reagiu às projeções que atribuem ao PS Madeira o melhor resultado de sempre numas eleições legislativas regionais. 

A número dois do PS saudou o resultado, mas também a quebra da abstenção "que diz muito da vontade de mudança da região autónoma da Madeira"

Disse ainda que "acabou hoje, ao final de 43 anos, o poder absoluto na Madeira". A confirmar-se as projeções, o PSD sairia vencedor, mas sem maioria absoluta histórica.

Devo sublinhar que o Partido Socialista mais que triplica a sua representação na Assembleia Legislativa e isso é também uma vitória", acrescentou. 

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