Eu ainda sou do tempo. . . - TVI

Eu ainda sou do tempo. . .

A vida antes do 25 de Abril

Antes do 25 de Abril de 1974, um café custava 14 tostões e o jornal apenas um escudo. Um automóvel novinho em folha chegava aos 65 contos e caro mesmo só a gasolina que, na altura, cifrava-se nos sete escudos

Lembra-se de quanto custava a vida antes da revolução de 1974? Ainda é do tempo em que um pão custava quatro tostões e um café apenas 14? Caro na altura só a gasolina, que custava 7$50 centavos. Mas os carros até pareciam em conta: um automóvel com 1000 cc ficava por 65 contos e um BMW 2002, também novo, custava perto de 100 mil escudos.

Os professores recebiam no final do mês cerca de três contos e quinhentos. Um docente efectivo podia chegar aos sete contos por mês. Uma quantia razoável, se pensarmos que o aluguer de uma casa nova custava cerca de dois contos.

Barato ficava também uma ida ao cinema: apenas cinco escudos. O bilhete mais caro chegava à quantia de 7$50. O mesmo custava tomar um bom pequeno-almoço no café da esquina, com direito a sumo de laranja e croissant com fiambre. Já fumar era vício que ficava barato. Um maço de SG Gigante custava 6$50.

No Ultramar, durante a guerra, os vencimentos eram francamente superiores: um capitão do Exército recebia 14 contos e um alferes mais sete contos e quinhentos.

Para estabelecer uma comparação com os dias de hoje, a diferença está perto de 40 vezes o preço de outrora. Esta multiplicação tem em conta a subida de preços, vertiginosa nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril e ao PREC, a que acresce ainda a inflação regular que, a partir da década de 80, se foi sentindo de forma gradual.

A conjunção dos efeitos do 25 de Abril, da descolonização, do primeiro choque petrolífero (1973-74) e da crise internacional subsequente gerou, na década de setenta, uma situação económica caracterizada por níveis elevados de inflação e de desemprego, recessão ou taxas moderadas no crescimento real do produto.

Entre 1970 e 1974, a taxa de inflação aumentou de 6,4 por cento para 25,1 por cento, e depois de 1978, mesmo com a intervenção do Fundo Monetário Internacional, a taxa de inflação mantinha-se acima dos 20 por cento e a taxa de desemprego continuava a crescer.
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