Perante representantes da comunidade chinesa, no passado dia 19, no Casino da Póvoa do Varzim, António Costa agradeceu aos investidores chineses o «grande contributo» para a situação em que está hoje Portugal, que considerou «bastante diferente daquela em que estava há quatro anos».
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Liga dos Chineses em Portugal sublinha que «alguns agentes políticos e alguma comunicação social destacaram não a celebração do ano novo chinês, mas sim, e de forma descontextualizada a uma parte do discurso proferido por António Costa».
«A Liga dos Chineses em Portugal e o seu presidente, Y Ping Chow, lamenta profundamente a utilização do ano novo chinês como ferramenta politica. António Costa, no seu discurso, dirigia-se à comunidade chinesa em Portugal, reconhecendo por um lado a boa integração e a capacidade empresarial dos chineses residentes e a evolução das relações de amizade e diplomáticas entre os dois países».
No comunicado, a Liga dos Chineses em Portugal assume-se como uma associação «apartidária, reconhecida na sociedade portuguesa, pela comunidade chinesa em Portugal e por vários organismos oficiais da República Popular da China».
A Liga recorda também ter atribuído no passado galardões de reconhecimento a várias personalidades de todos os quadrantes políticos e fê-lo este ano a António Costa com «total justiça, pelo que não aceita que uma citação descontextualizada possa servir para fazer politica interna, usando para tal um momento de celebração de toda a comunidade chinesa residente em Portugal».
As declarações de António Costa causaram polémica, tendo levado o fundador do PS Alfredo Barroso a anunciar a sua desfiliação do partido.
Na quinta-feira, o secretário-geral do PS, António Costa, afirmou-se perplexo com interpretações sobre o seu discurso perante a comunidade chinesa, defendendo que no exercício de funções institucionais junto de investidores estrangeiros tem de transmitir-se uma mensagem de confiança.
O primeiro-ministro recusou esta sexta-feira comentar as declarações do secretário-geral do PS, mas defendeu que «qualquer observador independente» e fora «da disputa político-partidária» reconhece um «progresso assinalável» no país nos últimos quatro anos.