Há 14 freguesias sem comunicações desde os incêndios - TVI

Há 14 freguesias sem comunicações desde os incêndios

PCP acusa Altice de não repor o serviço e de "transferir" para os clientes o custo deste. Primeiro-ministro promete investigação da Anacom

O primeiro-ministro informou esta quarta-feira que 14 freguesias do país estão sem comunicações desde os incêndios do ano passado.

António Costa respondia a uma pergunta do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantindo que a Anacom está a investigar se há mais casos para além dos referidos pelas operadoras.

As freguesias ainda sem comunicações pertencem aos concelhos de Sertã, Gouveia, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.

O primeiro-ministro referiu que, o ano passado, “arderam 3000 quilómetros de cabo e foram destruídos 45000 postos de cablagem”.

Segundo a informação prestada pelas operadoras à Anacom, "99,5% dos casos estão resolvidos".

"A Anacom está desde fevereiro a verificar os 0,5% que faltam e se os 99,5% estão efetivamente cumpridos. Está ainda a investigar se há más práticas comerciais."

Jerónimo de Sousa referiu-se ao caso da idosa que morreu na Sertã, sem o marido ter conseguido pedir ajuda por telefone.

"A PT/Altice está a recusar a reposição do serviço de telefone e está a transferir para as pessoas o custo", acusou o líder comunista, defendendo o "controlo público da PT" e exigindo que o Governo intervenha.

"O Governo não pode olhar passivamente para o problema e remetendo a solução para a empresa que foi privatizada e passou a colocar os lucros acima das vidas das pessoas."

A limpeza dos terrenos

Sobre os incêndios, Jerónimo apontou ainda a "trapalhada" sobre a limpeza dos terrenos, exemplificando com "o email intimidatório" que muitos portugueses receberam e denunciando que há pequenos proprietários "a ser pressionados".

António Costa respondeu com as intenções do Governo em termos de limpeza e reordenamento da floresta, mas, como foi interrompido pelo presidente da Assembleia da República, prometeu ao PCP enviar "o resto por escrito".

Mais tarde, questionado por Assunção Cristas sobre este tema, o primeiro-ministro exaltou-se e prometeu fazer "tudo o que estiver" ao seu alcance para garantir o cumprimento de uma lei que está em vigor desde 2006, mas que "ninguém cumpriu", "nem ao nível ministerial" (disse, apontando para Cristas), "nem ao nível local".

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