CDS-PP: Adolfo Mesquita Nunes volta ao Conselho Nacional - TVI

CDS-PP: Adolfo Mesquita Nunes volta ao Conselho Nacional

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  • MJC
  • 6 fev 2021, 17:08

Mesquita Nunes tinha abandonado a reunião mas voltou assim que o líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, garantiu o voto secreto na discussão da moção de confiança

No espaço de uma hora, o antigo vice-presidente do CDS-PP, Afolfo Mesquita Nunes, abandonou e voltou à reunião do Conselho Nacional do partido.

Primeiro, abandonou a reunião declarando que não aceitaria que a votação da moção de confiança a Francisco Rodrigues dos Santos não fosse realizada por voto secreto. Depois, voltou, quando teve garantias de que seria usado o voto secreto:

O presidente do Conselho Nacional, Filipe Anacoreta Correia, tinha posto à consideração dos membros a decisão sobre o modo como será votada a moção de confiança à comissão política nacional, apresentada pelo líder do partido. Estavam em cima da mesa duas opções: uma votação simultânea eletrónica, equivalente a braço no ar, ou voto secreto, também digital - a opção defendida por Mesquita Nunes e que tinha sido recomendada pelo parecer do Conselho Nacional de Jurisdição, emitido na sexta-feira.

Considerando que a decisão de Anacoreta Correia era "ilegal, é cobarde", Mesquita Nunes frisou que não queria "participar num Conselho Nacional que viola os estatutos".

"Há um parecer que é claro, do tribunal do partido, que fiz de forma vinculativa que o voto de uma moção de confiança é voto secreto", salientou na sua intervenção, criticando o presidente do Conselho Nacional por não ter facultado nem lido o documento aos conselheiros.

"O senhor não gosta da decisão, eu lamento", comentou o antigo vice-presidente de Assunção Cristas, insistindo que "uma decisão do tribunal do partido é vinculativa" e advogando que os membros do órgão máximo do CDS entre congressos não podem "votar pelo não acatamento de uma decisão” do Conselho Nacional de Jurisdição.

Na sua intervenção, Adolfo Mesquita Nunes defendeu que "os estatutos [do partido] são claros e valem mais do que o regimento" e acusou Filipe Anacoreta Correia de agir "à margem da lei".

O que o motiva é o medo", acrescentou, acusando a direção do CDS-PP de ter uma "confiança tão pífia que não aguenta um congresso" e de não querer "ouvir os militantes", estando a "entrincheirar-se até ao fim".

Este "não é um partido de gente traiçoeira"

Entretanto, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou, na sua intervenção, que não tem "medo rigorosamente nenhum" que a moção de confiança à sua direção decorra por voto secreto, mostrando-se favorável a este método.

Sou favorável ao voto secreto em toda a sua dimensão", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, indicando não ter "medo rigorosamente nenhum" da decisão dos conselheiros se a sua direção deve ou não continuar à frente do partido.

O CDS "não é um partido de gente traiçoeira", defendeu, acrescentando que espera ter os votos favoráveis daqueles que indicaram estar ao seu lado.

O líder centrista pediu ao presidente do Conselho Nacional que "dê sequência aos trabalhos" e "faça voto secreto".

Estou convicto que a minha moção de confiança passará", frisou.

Na sua intervenção, Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou também para criticar o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes, que propôs um congresso antecipado eletivo e disse que será candidato à liderança se essa reunião magna acontecer, salientando que não alterna "entre estar no partido e estar lá fora" e também não apareceu "agora para ser candidato a candidato".

Perante os conselheiros, rejeitou também estar "entrincheirado".

Cerca de 250 membros do Conselho Nacional do CDS-PP estão reunidos desde as 12:10, por videoconferência, para discutir e votar uma moção de confiança à Comissão Política Nacional apresentada pelo líder, Francisco Rodrigues dos Santos, depois de o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes ter proposto a realização de um congresso eletivo antecipado.

Os trabalhos arrancaram à porta fechada, mas foram abertos aos jornalistas a partir das 15:45, após decisão do Conselho Nacional.

 

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