Recolher obrigatório e medição da temperatura alargada. As novas medidas do estado de emergência - TVI

Recolher obrigatório e medição da temperatura alargada. As novas medidas do estado de emergência

Medidas vão estar em prática durante as noites e serão alargadas nos fins de semana

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou este sábado as novas medidas de restrição que têm como objetivo o combate à pandemia de covid-19 e vão figurar no novo estado de emergência, que vigorará entre 9 e 23 de novembro.

Uma das medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros foi a limitação de circulação na via pública nos 121 concelhos com mais incidência da doença. Na prática é um recolher obrigatório que deve ser aplicado entre as 23h e as 05h nos dias úteis, alargando-se esse período aos fins de semana, no qual o dever passa a ser obrigatório a partir das 13h.

Veja quais são os concelhos de alto risco

António Costa justificou a novas medidas com o facto de ter havido este sábado mais de seis mil novos casos por dia (um novo recorde) e 2.420 pessoas internadas, 366 das quais nos cuidados intensivos.

O facto de a grande maioria de contágios se dar em contexto familiar também foi decisivo na aplicação das novas medidas. Segundo o Governo, 68% das infeções recentes deram-se por transmissão de um familiar ou coabitante.

Fonte: Governo

No documento que regulamenta as novas medidas está também prevista a medição da temperatura corporal, nomeadamente em lugares como locais de trabalho, estabelecimentos de ensino, meios de transporte ou espaços comerciais, culturais e desportivos.

Sobre os transportes, e de modo a diminuir a lotação dos mesmos, o executivo anunciou o reforço da oferta nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Passa a estar previsto o reforço do setor da Saúde por meio do setor privado, com o qual já estão contratualizadas 116 camas em hospitais do Norte.

Segundo António Costa, foram também acordadas com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “mais cerca de 100 camas para hospital de retaguarda”, distribuídas por Lisboa e “outra instituição no Porto”.

O primeiro-ministro referiu-se ainda à libertação de camas hospitalares ocupadas por casos sociais, adiantando que em trabalho conjunto com as instituições particulares de solidariedade (IPSS) e com as Misericórdias já foi possível colocar em instituições mais de mil pessoas que já tinham tido alta clínica, mas permaneciam internadas por razões sociais.

O Governo pretende também aumentar a capacidade e o espetro da testagem, pelo que passam a estar disponíveis testes de diagnóstico em estabelecimentos de saúde, lares de idosos e também em estabelecimentos de ensino.

Serão ainda aplicados testes de diagnóstico em estabelecimentos prisionais, bem como na entrada e saída de território continental, seja por via aérea ou marítima. Estão ainda previstos testes deste tipo noutros locais que venham a ser definidos pela Direção-Geral da Saúde.

Ainda no que diz respeito aos testes, o Governo anunciou que estão disponíveis 100 mil testes antigénios, que serão colocados ao dispor a partir de dia 9 de novembro. Está ainda prevista a chegada de mais 400 mil testes deste tipo.

Outra das medidas de combate à pandemia passa por aumentar a capacidade de rastreio, sendo que o Governo pretende alocar recursos humanos fora da área da saúde para este propósito.

Assim, trabalhadores em isolamento profilático, trabalhadores de grupos de risco, professores sem componente letiva ou militares das Forças Armadas podem ser chamados para ajudar no rastreio ao vírus.

Portugal contabiliza pelo menos 2.848 mortos associados à covid-19 em 173.540 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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