“ A forma como o Syriza atuou foi perfeitamente irresponsável! A forma como um partido político ilude o eleitorado, por incompetência ou por má fé, para uma realidade de negociação que qualquer negociador percebe que não pode dar certo é irresponsável”, disse o antigo ministro.
“O conceito da União Europeia é uma questão de semântica. De vírgula. Sempre foi assim. É assim há 40, 50, 60 anos. Não é o senhor Tsipras que chega e muda as regras do jogo por sua livre vontade.”
O debate desta quinta-feira do programa A Caminho das Legislativas debateu os novos desafios da União Europeia, mas o assunto principal acabou por ser a crise grega. Luís Amado, o economista João Ferreira do Amaral e Adriano Moreira deixaram alertas a Portugal.
“O que acontecer à Europa tem reflexos em Portugal. E é preciso alertar a opinião pública. Porque, dentro de pouco tempo, vai ser chamada a pronunciar-se e não pode partir para isso com a tranquilidade de “aqui não passa nada””, sublinha Adriano Moreira.
“O que perturbar o projeto europeu, prejudica inevitavelmente Portugal”, conclui.
Ferreira do Amaral concorda com Adriano Moreira sobre as consequências para Portugal e alerta: “Estamos numa situação muito vulnerável.”
O economista é também perentório ao atribuir as causas para a crise atual da União Europeia à fundação do projeto europeu.
“A moeda única, desde o início, foi um erro”, conclui João Ferreira do Amaral.
Já Luís Amado considera que “a Grécia é uma lição importante em vários planos” e alerta para os perigos de uma “Europa a duas velocidades, com processos de integração e dinâmicas próprias.”