"Enquanto não existir um acordo firmado com o PCP e o BE não vale a pena valorar o estado das negociações como estando a 90% ou a 40%. Quando houver esse acordo, ele deverá ser comunicado e é importante que esse acordo seja aclarado evidentemente antes da discussão do programa de Governo porque é esse o compromisso do PS", defendeu Carlos César, esta terça-feira, respondendo aos jornalistas no Parlamento.
O socialista foi vago nas suas declarações, dizendo que "presume-se" que o acordo tem "alta probabilidade" de ser alcançado. "Se assim não for vale aquilo que dissemos na noite das eleições: não deixaremos o país sem governo", pelo que, nesse cenário, o PS não inviabilizaria o atual Executivo PSD/CDS-PP.
Querendo passar uma mensagem de "tranquilidade" aos portugueses, Carlos César prometeu que o PS só agirá no sentido de contribuir para o "derrube" do Governo, se for "simultaneamente" portador de uma "alternativa responsávbel estável e com sentido duradouro".
Recado subtil ao clã Assis
Já sobre a reunião que Francisco Assis terá com mais de 100 militantes socialistas no sábado, ele que é contra o acordo à esquerda, Carlos César disse que o eurodeputado é um "ativo precioso do PS" e que "devem ser sempre suadadas as suas decisões e ações".
Mas acabou por deixar um recado subtil ao próprio e a quem admite apoiá-lo numa corrente contra António Costa, como Vera Jardim:
"Aquilo que eu apenas gostava de dizer como socialista, é que não acredito que um socialista prfira um governo de direita com apoio do PS a um governo do PS com apoio da esquerda"
De resto, frisou que os partidos "são formações plurais" e que é natural que existam "autênticas coligações no seu interior", bem como interpretações diferentes sobre este assunto, como existiram "se fosse ao contrário". Isto é, se o PS apoiasse a direita.