Covid-19: caminho para saída da pandemia é "longo, árduo e demorado" - TVI

Covid-19: caminho para saída da pandemia é "longo, árduo e demorado"

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  • 25 abr 2020, 12:20
Vasco Cordeiro

Vasco Cordeiro diz ainda que o roteiro açoriano para sair da pandemia é princípio e não fim em si mesmo

O Governo dos Açores diz que o caminho de saída da situação provocada pela covid-19 é "longo, árduo e demorado", dividindo a resposta à pandemia em dois momentos de auscultação da sociedade regional.

O roteiro da região para a saída da pandemia, endereçado na sexta-feira a partidos, associações e demais entidades, e a que a Lusa teve hoje acesso, é o primeiro desses momentos, seguindo-se a "Agenda para o Relançamento Social e Económico da Região Autónoma dos Açores", que definirá "quer o calendário de execução, quer o conjunto das medidas em concreto" a aplicar nas diversas áreas.

O texto do roteiro "Critérios Para Uma Saída Segura da Pandemia covid-19", para o qual o executivo pede aos parceiros contributos até quarta-feira, "pretende estabelecer, como o próprio nome indica, os critérios que nortearão o longo, árduo e demorado caminho para a saída da situação provocada pela pandemia".

"Apesar de nos encontrarmos numa fase em que, à escala mundial, a evolução diária desta pandemia não permite, ainda, um projeção realista e fiável quanto ao seu fim e quanto à real dimensão das suas consequências, o Governo dos Açores entende que é necessário começar a planear e a definir os termos em que poderemos voltar a uma normalidade que, muito dificilmente, será igual à do tempo anterior ao aparecimento desta doença", é referido na introdução do texto.

O executivo socialista liderado por Vasco Cordeiro diz pretender que o texto funcione como "documento orientador de toda a sociedade açoriana quanto à forma e às regras" a seguir no processo de saída da situação atual.

Aos parceiros, o executivo enviou uma lista de medidas aplicadas na região, as suas datas, o enquadramento nacional e comunitário da luta contra a covid-19 e o quadro de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o levantamento das medidas de confinamento tidas no combate à doença, provocada pelo novo coronavírus.

Roteiro açoriano para sair da pandemia é princípio e não fim em si mesmo

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, define o roteiro da região para sair da pandemia de covid-19 como um princípio e não um "fim em si mesmo".

O documento, diz Vasco Cordeiro, numa carta enviada a partidos, parceiros sociais e outras entidades açorianas, é "um princípio e não um fim em si mesmo", consistindo num "primeiro momento enquadrador, a que se seguirá um outro, a que também todos serão chamados a contribuir".

Esse segundo momento, adianta o governante, "conterá o conjunto de medidas concretas, e o seu calendário, que, nas mais diversas áreas" da economia e sociedade, os Açores querem concretizar "para ultrapassar os efeitos provocados por esta situação".

"Convém que não nos iludamos. Esse será um caminho longo, demorado e árduo", adverte o chefe do Governo dos Açores.

Neste trajeto, admite Vasco Cordeiro, será dado em breve "um passo em frente" mas "de seguida, fruto das circunstâncias", pode dar-se o caso de a região ser obrigada "a dar dois passos atrás".

"No entanto, quanto mais claras e consensuais forem as regras que devemos seguir nesse caminho, mais seguros estaremos nesse processo", afirma.

A situação da pandemia nos Açores faz-se sentir, lembra Vasco Cordeiro, "não só no número de contagiados e, lamentavelmente, de óbitos, mas também na situação de trabalhadores, empresas e famílias gravemente afetados na sua atividade e na sua vivência diária".

Por isso, o chefe do executivo pede, até quarta-feira, contributos dos parceiros e partidos para se começar a planear a forma de regresso à normalidade da "vivência coletiva".

"Ou, dito talvez de forma mais rigorosa, à normalidade possível da nossa vivência coletiva", adverte.

O roteiro da região "para uma saída segura da pandemia", a que a Lusa teve hoje acesso, foi enviado, entre outros, aos partidos políticos, sindicados, presidentes de câmara, câmaras de comércio, presidentes dos conselhos de ilha, bispo de Angra e diversas federações e associações açorianas.

Até sexta-feira, haviam sido detetados nos Açores 138 casos de infeção com o novo coronavírus e nove mortes associadas à doença.

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