CDS-PP: Mesquita Nunes quis "alertar para crise de sobrevivência", mas respeita resultado - TVI

CDS-PP: Mesquita Nunes quis "alertar para crise de sobrevivência", mas respeita resultado

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  • 7 fev 2021, 08:37

A moção de confiança à direção do partido foi aprovada com 54,3% dos votos

O antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes disse este domingo que respeita o resultado da moção de confiança à direção do partido, aprovada com 54,3% dos votos, e que quis "alertar para uma crise de sobrevivência".

Fiz aquilo que a consciência me ditava: alertar o partido para uma crise de sobrevivência", escreveu Mesquita Nunes na rede social Facebook, pouco depois de serem conhecidos os resultados.

 

O Conselho Nacional entendeu de forma distinta. Está no seu mais legítimo direito. Como é evidente, respeito o resultado, assim como a avaliação positiva que o Conselho Nacional faz desta direção e da sua estratégia", acrescentou.

Na semana passada, Adolfo Mesquita Nunes propôs a realização de um Conselho Nacional para discutir a convocação de um congresso extraordinário (ainda este ano, antes das eleições autárquicas) para escolher a liderança, defendendo que esta direção "não conseguirá" resolver "a crise de sobrevivência" do partido, e dias depois anunciou que seria candidato a líder caso fosse marcado um congresso antecipado.

Em resposta, Francisco Rodrigues dos Santos, que está a meio do mandato, anunciou que iria submeter ao Conselho Nacional uma moção de confiança à sua direção, com o objetivo de "confirmar a legitimidade política" da sua liderança.

A moção foi aprovada esta madrugada pelo Conselho Nacional, com 54,3% de votos.

Na rede social Facebook, Mesquita Nunes escreveu que sabia "que o Conselho Nacional era, por natureza e pela sua presente exiguidade, o mais difícil órgão para apresentar uma proposta de marcação de Congresso", mas que escolheu fazê-lo "para poder respeitar as regras estatutárias".

Agradecendo os apoios de "todos os que acreditaram na mudança", o antigo vice-presidente do CDS-PP prometeu ainda empenhar-se nas próximas eleições autárquicas, sem no entanto esclarecer se será candidato. "Agora há eleições autárquicas e nelas estarei empenhado, na minha terra”, escreveu.

A moção, apresentada pelo presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, votada através de voto secreto digital por 265 conselheiros (com recurso a um método que incluiu emails, mensagens de telemóvel e códigos de segurança), mereceu 144 votos a favor (54,3%), 113 votos contra (42,6%) e oito abstenções (3%), segundo Filipe Anacoreta Correia.

A votação arrancou pela 01:30, ainda durante a discussão da iniciativa, o que foi permitido pela aprovação de um requerimento nesse sentido.

Apesar de às 02:15 o presidente do Conselho Nacional ter anunciado que àquela hora já tinham votado 250 conselheiros, a decisão só foi divulgada no final de todas as intervenções, já depois das 04:00, ao fim de 16 horas de reunião.

Cerca de 250 membros do Conselho Nacional do CDS-PP estiveram reunidos desde as 12:10 de sábado, por videoconferência, para discutir e votar uma moção de confiança à Comissão Política Nacional apresentada pelo líder, Francisco Rodrigues dos Santos, depois de o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes ter proposto a realização de um congresso eletivo antecipado (antes das autárquicas) e ter anunciado que será candidato à liderança caso essa reunião magna aconteça.

Esta reunião extraordinária do órgão máximo do CDS-PP entre congressos arrancou com uma demorada discussão sobre o modo que seria usado para a votação da moção de confiança.

Depois de ter indicado que colocaria à consideração do órgão máximo do partido o método de votação desta iniciativa, o presidente do Conselho Nacional afirmou que estava "assumida a proposta de voto secreto por via digital", após uma intervenção do líder, na qual Francisco Rodrigues dos Santos apontou não ter "medo" que a votação seja secreta.

Este era o método defendido pelos críticos, que foram defendendo que o parecer do Conselho Nacional de Jurisdição, emitido na sexta-feira, e que estabelece que "a votação de moções de confiança à Comissão Política Nacional deve ser realizada por escrutínio secreto", era vinculativo e deveria ser acatado.

Os trabalhos arrancaram à porta fechada, mas foram abertos aos jornalistas a partir das 15:45, após decisão do Conselho Nacional, estando a comunicação social a acompanhar a reunião na sede do CDS, em Lisboa, através de uma televisão.

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