O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu esta quinta-feira que é ao Governo que cabe negociar com as Câmaras que se opõem ao futuro aeroporto do Montijo e que aos sociais-democratas “não compete fazer rigorosamente nada”.
“Ao PSD, neste momento, formalmente não lhe compete fazer rigorosamente nada, a bola está do lado do Governo. O que o Governo do PS quer fazer é alterar uma lei feita por outro Governo do PS para se adaptar a uma circunstância em concreto, para isso o PSD não está disponível. Nem para esta lei nem para nenhuma outra”, afirmou Rio, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Questionado se esta posição do PSD inviabiliza - como sugeriram hoje o Governo e o PS - a construção do futuro aeroporto no Montijo, Rio recusou essa interpretação.
“sta posição do PSD não inviabiliza de certeza absoluta a construção do aeroporto do Montijo, porque o PSD, formalmente, não tem nada a fazer”, reiterou.
O líder social-democrata defendeu que “cabe ao Governo cumprir a lei em vigor” - que permite aos municípios afetados vetar o futuro aeroporto - e negociar com as Câmaras envolvidas.
A sua pergunta deveria ser dirigida às Câmaras do Partido Comunista, que eventualmente podem vetar o novo aeroporto, o PSD não vai vetar nada, o PSD limita-se a dizer que, caso venha a colocar-se, não altera a lei para servir o caso concreto”, apontou.
Sobre as críticas do primeiro-ministro e do secretário-geral adjunto do PS à posição do PSD, Rio enquadrou-as como uma posição “tática”.
Uma coisa é o PSD poder estar de acordo com a solução do Montijo, não tem nada a ver com isto, que é o Governo querer fazer uma lei à medida”, disse.
Como caminho para sair deste impasse, Rio apontou ao Governo o diálogo com os municípios afetados, frisado que nenhum é sequer governado pelo PSD.
O caminho à frente do Governo é o diálogo com as Câmaras Municipais, saber porque é que uma dada câmara está contra e tentar ultrapassar essa razão”, defendeu.
Rio fez ainda questão de salientar a importância de construção do futuro aeroporto de Lisboa, dizendo discordar do Governo quando diz que “não há drama nenhum” se não se avançar.
O aeroporto de Lisboa já está esgotado há tanto tempo que será um drama para a economia. O Governo tem de fazer todos os esforços ao seu alcance para, no quadro do cumprimento da lei, conseguir levar avante o projeto do aeroporto”, sublinhou.
O presidente da Câmara da Moita (CDU), Rui Garcia, já se mostrou contra a construção do aeroporto do Montijo, o que pode condicionar a construção da infraestrutura, uma vez que a lei prevê que a obra só possa avançar se receber parecer favorável de todos os municípios afetados pela mesma.
Na sequência desta posição, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu rever a lei para que esta autarquia não trave a construção do aeroporto complementar de Lisboa, mas, além do PSD, também os partidos à esquerda são contra esta hipótese.