PS acusa PSD de «manobra de diversão» - TVI

PS acusa PSD de «manobra de diversão»

Deputado Afonso Candal reage à proposta da comissão de inquérito ao negócio «Magalhães» e BE diz que sempre viabilizou «todas e quaisquer» comissões parlamentares

O PS acusou, esta segunda-feira, o PSD de estar a utilizar a proposta de criação da comissão parlamentar de inquérito à Fundação das Comunicações Móveis como uma «manobra de diversão», inserida numa política «destrutiva e de bota-a-baixo», noticia a «Lusa».

«O PSD faz lembrar as más equipas de futebol que, quando estão a perder, olham só para a canela. É mais uma jogada de diversão do PSD», afirmou o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Afonso Candal, durante uma conferência de imprensa no Porto.

Candal salientou que esta «manobra de diversão» pretende fazer desviar as atenções da opinião pública sobre «o processo íntimo do PSD», aproveitando «a credibilidade que as comissões de inquérito parlamentar reconquistaram».

«O objectivo (do PSD) é que haja uma comissão de inquérito parlamentar seja do que for e que acaba por acatar uma ideia do próprio governo CDS/PSD», referiu.

O PSD pediu esta segunda-feira a criação de uma comissão parlamentar de inquérito à actividade da Fundação das Comunicações Móveis e a escolha, sem concurso, da empresa JP Sá Couto para implementar o programa e-escolinhas.

«Ideia foi do PSD/CDS»

Afonso Candal explicou ainda que a ideia da fundação de direito privado partiu do ministro da economia do Governo de coligação PSD/CDS Carlos Tavares, com a finalidade de gerir verbas obtidas pelas operadoras de telemóveis nacionais. A ideia surgiu depois de o governo socialista de Guterres ter atribuído licenças gratuitas de exploração da chamada terceira geração.

«Foi o então ministro da Economia, Carlos Tavares, que ficou incumbido de sugerir uma instituição para tal. Nada foi concretizado mas em 2005, durante o Governo de Sócrates, constituiu-se uma fundação enquadrada no plano tecnológico de modernização da economia portuguesa», clarificou.

Essa fundação - Fundação das Comunicações Móveis - «é privada» com «dinheiros privados» mas «com destino pré-definido de utilização acordo com critérios públicos».

A mesma fundação, lembrou, «permitiu que 1,2 milhões de portugueses tivessem computadores portugueses e que mais de 800 mil famílias tenham acesso à Internet», pelo que o pedido do PSD «é menosprezar e diminuir conquistas importantes do País».

BE diz que sempre viabilizou «todas e quaisquer» comissões parlamentares

O dirigente do BE Luís Fazenda lembrou hoje que o seu partido sempre viabilizou «todas e quaisquer» comissões parlamentares de inquérito, mas escusou-se a comentar a proposta do PSD para analisar a actividade da Fundação das Comunicações Móveis.

«Vamos ver, o PSD terá de apresentar os quesitos dessa comissão de inquérito, o material que se pretende observar e analisar, veremos a seu tempo», afirmou Luís Fazenda, que falava aos jornalistas à saída de um encontro com o primeiro-ministro para a preparação do Conselho da Europa, que se realiza quinta e sexta-feira.

Interrogado se o BE irá apoiar a iniciativa do PSD, Luís Fazenda lembrou que os sociais-democratas têm o número de deputados suficiente para requerer a realização da comissão de inquérito.

Contudo, acrescentou, se em qualquer circunstância o PSD precisar do apoio do BE, o partido sempre viabilizou «todas e quaisquer comissões de inquérito, quaisquer que fossem as matérias».
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