Atentados Paris: PSD quer ministro da Defesa no Parlamento - TVI

Atentados Paris: PSD quer ministro da Defesa no Parlamento

Aguiar-Branco [Lusa]

França ativou cláusula europeia de defesa comum após ataques de Paris

O PSD anunciou esta quarta-feira que irá requerer com caráter de urgência uma audição parlamentar com o ministro da Defesa, após a França ter ativado a cláusula europeia de defesa comum na sequência dos ataques de Paris.

Este requerimento dirigido à Comissão Parlamentar de Defesa e ao ministro José Pedro Aguiar-Branco foi anunciado pelo deputado social-democrata Sérgio Azevedo, em plenário, momentos antes de a Assembleia da República ter feito um minuto de silêncio e aprovado por unanimidade um voto de pesar e de condenação pelos atentados de sexta-feira em Paris.

Na sua intervenção, Sérgio Azevedo referiu que o Governo francês, na sequência dos ataques em Paris, decidiu ativar o artigo 42 do Tratado de Lisboa da União Europeia, referente a defesa comum entre os Estados-membros.

"Estamos perante um ataque aos nossos valores e o combate ao terrorismo tem de ser enfrentado sem tréguas. A fragilidade da Política Europeia de Segurança Comum é uma realidade e temos de passar das palavras aos atos em termos de resposta", defendeu o deputado do PSD.

O Ministério da Defesa disse à Lusa que Aguiar-Branco "está disponível para ir à Comissão quando os deputados entenderem, como sempre esteve".


O presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos César, salientou "o respeito pela dor e a solidariedade para com todos os ofendidos pelos atos miseráveis de terrorismo praticados na sexta-feira em Paris".

"O PS associa-se na indignação perante atos intoleráveis e assume o compromisso pelo combate pela civilização, pela humanidade, pela inclusão e pela alegria que a cidade de Paris tão bem transmite", declarou o presidente dos socialistas.

Já o líder da bancada do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, advertiu que não se pode responder "ao ódio com cólera" e condenou os "bombardeamentos de retaliação" contra forças do Estado islâmico na Síria e Iraque.

"As bombas só criam um mundo mais instável. Não podemos deixar que o ódio impere face aos valores da liberdade, da solidariedade, da igualdade e fraternidade", disse, antes da dirigente de Os Verdes Heloísa Apolónia ter considerado que os atentados "atingiram os valores supremos da tolerância e do respeito pela diferença".

No entanto, tal como faria o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, Heloísa Apolónia insurgiu-se contra "uma resposta que represente uma escalada de ódio e de agressão".

"Assim, isto não para", advertiu a deputada ecologista.


Na mesma linha do PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes", o deputado do PAN (Pessoas Animais e Natureza) André Silva enquadrou os atentados de sexta-feira numa linha de "ignorância".

No entanto, logo a seguir procurou identificar as causas primeiras da violência em várias cidades europeias por parte de grupos radicais islâmicos, sugerindo que os países mais ricos do ocidente deveriam interrogar-se sobre as consequências das suas "práticas depredadoras" e próprias de "um neocolonialismo" ao nível do comércio internacional.

"Mais do que respostas bélicas é preciso mudar as nossas atuais respostas económicas, sociais e ecológicas", sustentou o deputado do PAN.

Numa linha contrária a este tipo de interpretação sobre a segurança dos países ocidentais, o deputado do CDS-PP Telmo Correia advogou a ausência de qualquer contradição "entre a defesa da liberdade individual e o reforço da segurança".

"É preciso dar combate firme ao terrorismo. A França fez uma declaração de guerra e vive me estado de emergência. Fê-lo por necessidade absoluta. Este momento é de emoção, mas também tem de ser de determinação", afirmou o dirigente centrista.
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