Só por «teimosia» não se aplica «fórmula» para combater o desemprego - TVI

Só por «teimosia» não se aplica «fórmula» para combater o desemprego

Alberto João Jardim

Acusa Alberto João Jardim

O presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, afirmou esta quinta-feira que «existe a fórmula» para resolver o problema do aumento do desemprego, criticando a «teimosia» daqueles que estão mais empenhados em combater ao défice pela atual situação.

«A fórmula [para combater o desemprego] existe, há é uma teimosia em não a aplicar», declarou Jardim aos jornalistas à margem da visita que efetuou à exposição de flores que marcou o início do programa da Festa da Flor que decorre até 19 de maio, contribuindo para uma ocupação hoteleira na ordem dos 92 %.

O governante comentava os dados relativos ao desemprego hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística que apontam que se registou um acrescimento no número de pessoas sem emprego em Portugal entre janeiro e março em todas as regiões, ultrapassando já os 20% no Algarve e na Madeira.

Segundo Jardim, com a implementação de «uma política nacional que opta por cortar no investimento em regiões em que ao lado do turismo a construção civil é fator fundamental de emprego é natural que isso suceda», referindo que as realidades da Madeira e Algarve «são diferentes».

«Na Madeira estamos praticamente neste momento a nos segurar no turismo, no caso Algarve, estão com problemas no setor».

O líder insular aponta que, face a esta realidade, é necessário «criar mais emprego», declarando que «a opção da União Europeia não pode ser o combate ao défice, tem de ser o combate ao desemprego».

«Para isso é preciso aumentar a procura com mais moeda em circulação e com o aumento da procura, ir criando mais emprego. Era o que eu faria se fosse primeiro-ministro de Portugal», disse.

O governante defendeu ser ainda «preciso rever a política fiscal», considerando que «se carregou demasiado nos impostos e isso teve como consequencia redução da receita para o Estado, visto que impostos foram colocados acima da linha de saturação do contribuinte e aumentou-se a despesa do Estado porque houve que gastar mais dinheiro em despesa social, como o subsídio de desemprego e outras intervenções no campo social».

Jardim realça que «a Madeira está de mãos atadas», insistindo na necessidade desta região ter «capacidade legislativa para fazer leis adequadas para sair desta crise» e que até que tal aconteça «tem de estrebuchar».

«Essa história de que os servos do colonialismo dizem de que a autonomia não dá de comer a ninguém, tanto dá que, com outras leis nós não tínhamos tanto desemprego», opinou o líder madeirense, sublinhando que sua família política «é diferente da família que está no Governo da República».

As taxas de desemprego mais elevadas foram registadas no Algarve (20,5%) e na Madeira (20%), Lisboa (19,5%), Norte (18,6%) e Alentejo (18,5%), acima da média nacional de 17,7%.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo INE, a taxa de desemprego subiu em Portugal para os 17,7% no primeiro trimestre, face aos 16,9% observados no trimestre anterior, com o número de desempregados em Portugal a ultrapassar os 950 mil.

A taxa de desemprego aumentou, assim, em termos trimestrais 0,8 pontos percentuais e 2,8 pontos percentuais face ao período homólogo.
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