«Divergências entre PS e PSD são insanáveis», diz Alberto Martis - TVI

«Divergências entre PS e PSD são insanáveis», diz Alberto Martis

Delegação socialista encontrou-se com social-democratas

O PS quer eleições antecipadas e disso mesmo deu conta à direcção do PSD. No último encontro da ronda dos socialistas com os partidos políticos, Alberto Martins afasta qualquer hipótese de consenso ou sequer entendimento com o partido de governo.

«Em termos institucionais, o diálogo [com a direção do PSD] foi correto e correu bem nesse sentido. As divergências entre PS e PSD são insanáveis, estruturais e profundas», sustentou o ex-ministro dos governos de António Guterres e de José Sócrates. Na sua opinião, o PS está «em desacordo com a ditadura da austeridade» posta em prática pelo Governo.

«Entendemos que os problemas do emprego e do crescimento não são resolvidos com esta política, que está a provocar uma grande degradação social e até política. Fizemos sentir ao PSD que devem ser criadas condições para dar voz ao povo pela via de eleições para se pronunciar sobre a atual situação, que se caracteriza por uma extrema degradação de todos os índices, desde emprego, recessão, défice ou dívida. Todas as previsões não foram cumpridas pelo PSD», criticou o membro do Secretariado Nacional do PS.

De acordo com Alberto Martins, ao fim de dois anos de Governo liderado por Pedro Passos Coelho, «verifica-se uma incapacidade para resolver os problemas dos portugueses» e ao mesmo tempo «aumentou a situação de dependência do país, sem que se vislumbre qualquer possibilidade real de saída da crise».

«Transmitimos esta posição ao PSD, o PSD é o partido de Governo, é o partido responsável por essa situação. O PS defende uma política de ajustamento do memorando e de reorientação do processo de investimento e de consumo público, porque entende que o contrato social básico que está fundado na Constituição tem a ver com a vida das pessoas, com o rendimento dos cidadãos e com as condições essenciais de educação, saúde ou cultura», contrapôs o dirigente socialista.

Interrogado sobre a ausência do líder socialista, António José Seguro, o ex-ministro da Justiça referiu que na reunião com a direção do PSD o PS fez-se representar por elementos do seu Secretariado Nacional. «O princípio da representação é o princípio da reciprocidade protocolar. Foi isso que foi seguido», disse, numa alusão ao facto de o primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, também não ter estado presente no encontro.

Na reunião, além de Alberto Martins, o PS fez-se representar pelos dirigentes Jorge Seguro Sanches, Mota Andrade e Sónia Sanfona. A delegação do PSD foi liderada pelo coordenador da Comissão Política, Jorge Moreira da Silva, que esteve acompanhado por Teresa Leal Coelho, Nilza Sena e pelo secretário-geral, José Matos Rosa.
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