Autárquicas: líder da JSD vai ser candidato contra Isaltino Morais em Oeiras - TVI

Autárquicas: líder da JSD vai ser candidato contra Isaltino Morais em Oeiras

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  • CE - Notícia atualizada às 00:58
  • 5 mai 2021, 23:05
Alexandre Poço

O anúncio foi feito por Rui Rio, que prometeu tirar consequências do resultado obtido pelos sociais-democratas

O candidato do PSD à Câmara Municipal de Oeiras vai ser o líder da JSD, Alexandre Poço, anunciou esta quarta-feira Rui Rio, que justificou a decisão por entender que os sociais-democratas tinham de apresentar lista própria num concelho desta dimensão.

Na “Grande Entrevista”, conduzida por Vítor Gonçalves e transmitida na RTP3, Rio lembrou que as estruturas locais tinham defendido que o PSD não deveria apresentar lista nenhuma e apoiar o atual presidente e antigo militante do PSD, Isaltino Morais, decisão agora contrariada pela Comissão Permanente do partido.

Decidimos que o PSD não poderia deixar de apresentar, pela primeira vez, um candidato no décimo maior concelho em termos populacionais e que, em termos económicos, está seguramente acima do décimo”, justificou.

Quanto à escolha do deputado de 28 anos, munícipe de Oeiras, e líder da JSD, Rio explicou-a como uma aposta “de futuro” numa eleição em que o partido tem de ter “uma presença honrosa”.

A última coisa que sou é hipócrita: ganhar Oeiras a Isaltino Morais não é uma impossibilidade, mas é muito difícil (…) Vamos competir num patamar diferente, vamos dar uma solução de futuro a Oeiras”, afirmou.

Na entrevista, Rio foi desafiado a justificar algumas escolhas autárquicas do partido, como a de Suzana Garcia para a Amadora, tendo admitindo que nunca falou até hoje com a candidata, mas disse não achar que tenha “um discurso próxima do Chega”.

Uma coisa é o estilo, o que interessa aqui é o pensamento. Quando o primeiro-ministro diz que escolhi a senhora do Chega, sabe que está a mentir: a dra. Suzana Garcia foi convidada pelo Chega e ambas as vezes disse que não e quando foi convidada pelo PSD disse que sim”, afirmou.

Apesar de não concordar que a advogada tenha um discurso próximo do Chega, Rio reconheceu que a expressão que utilizou para se referir a adversários políticos, “exterminar”, seja “uma palavra brutal”, ligada ao Holocausto, e que nunca usaria.

Acha que alguém no século XXI em Portugal está a pensar uma coisa dessas? Não foi a melhor palavra, mas o que ela queria dizer é que quer que o Chega e o BE tenham uma derrota de tal ordem que desapareçam da cena política”, disse, acrescentando que os artigos que leu da candidata são “muito bem escritos e mostram uma bagagem cultural muito boa”.

Rio voltou a defender que “cada município tem as suas características” e repetiu que o seu lugar estará em jogo nas próximas autárquicas.

Quando há eleições, o lugar do presidente do partido está sempre em jogo (…) nesta se calhar está um pouco mais, porque sou eu que estou a assumir a responsabilidade”, afirmou.

Sem querer estabelecer uma fasquia sobre o número de câmaras a ganhar pelo PSD que pode ser considerado um bom resultado, o líder do PSD deixou um ‘recado’ aos adversários.

As pessoas que não estejam muito atrapalhadas, podem ter a certeza de que vou ser exigente comigo”, assegurou.

Questionado se, como defendeu recentemente António Costa, se está a aproximar mais da direita, Rio foi categórico: “Não, não e não. Três vezes não”.

A única coisa que poderei ter feito para dizerem isso é o facto de, com a autonomia que lhes cabe nos Açores terem aceite fazer um Governo regional que no parlamento regional é sustentado por dois votos do Chega, e eu estar de acordo, acho que não tem problema nenhum”, disse.

Sobre a sua participação, pela primeira vez, na convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL) no final de maio, o líder do PSD assegurou que antes de aceitar o convite perguntou quem estaria presente.

Vai muita gente ligada ao PS. Se não fosse muita gente ligada ao PS eu não ia (…) Se fosse uma coisa tão à direita em que o mais à esquerda era eu, então não ia”, afirmou.

Rio promete tirar consequências do resultado do PSD 

Rio considera que as próximas eleições autárquicas são “muito importantes” para o país e para o PSD e promete tirar consequências do resultado obtido pelos sociais-democratas no próximo ato eleitoral. 

Em qualquer eleição, o responsável máximo está sempre em equação, como é evidente. Portanto, estas eleições autárquicas de 2021 não fogem à regra. É evidente que depois, no fim, tiram-se as responsabilidades políticas pelos resultados. E o primeiro responsável é o presidente do partido”, disse.

Garantiu que é muito exigente consigo próprio e reafirmou a importância das próximas eleições, face aos maus resultados dos sociais-democratas nas autárquicas de 2013 e 2017.

Sou muito exigente comigo mesmo. Eu tenho vindo a dizer desde 2017 que as eleições autárquicas são muito importantes para o país, na exata medida em que vamos eleger pessoas [autarcas] que interferem diretamente na vida dos cidadãos, no quotidiano dos cidadãos, mais que o próprio poder central”, sublinhou.

Mas, para o dirigente social-democrata, as próximas eleições autárquicas também são muito importantes para o reforço da implantação territorial do PSD.

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