A única forma de travar a crise é «dizendo stop à austeridade» - TVI

A única forma de travar a crise é «dizendo stop à austeridade»

Alexis Tsipras no comícia da Syriza (Reuters)

Declarações são do candidato à presidência da Comissão Europeia, Alexis Tsipras, que se encontrou com Mário Soares

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O candidato do Partido da Esquerda Europeia a presidente da Comissão Europeia, Alexis Tsipras, defendeu, este sábado, que a única forma de travar a crise é «dizendo stop à austeridade», recuperando a «democracia na Europa».

«Eu acredito que a única forma de ultrapassar a crise é que os nossos eleitores votem contra as forças políticas que suportam as maiorias de austeridade nos nossos países. É dizendo stop à austeridade», disse o candidato após um encontro com o antigo presidente da República de Portugal, Mário Soares.

O líder do Syriza, principal partido da oposição grega (esquerda radical) considerou «maravilhosa» a «oportunidade» de se encontrar com «uma personalidade emblemática que deixou a sua marca não só em Portugal mas em toda a Europa» e revelou que durante a reunião - que decorreu na Biblioteca Almeida Garret, no Porto, com a presença de João Semedo e de Marisa Matias, do Bloco de Esquerda - os intervenientes concordaram que «a única forma de melhorar é com o parar da autoridade e com a reconquista da democracia».

«Pudemos discutir sobre a atual situação dos nossos países, a situação de Portugal e da Grécia (...) Não só na Grécia e em Portugal, mas também na Espanha e na Itália, quando as políticas de austeridade começaram, a situação ficou deteriorada e agora estamos perante uma crise humanitária nos nossos países», disse Alexis Tsipras.

O líder do Syriza apelou, assim, ao voto na esquerda nas próximas eleições europeias: «Eu acredito que a única forma de ultrapassar a crise é que os nossos eleitores votem contra as forças políticas que suportam as maiorias de austeridade. Vamos ajudar no desenvolvimento e dar às pessoas o direito de viver com esperança», disse.

Questionado sobre de que forma pretende atingir este objectivo, Tsipras falou em «mudar a balança nas próximas eleições europeias» e lembrou que na Grécia «é possível que a esquerda, pela primeira vez na sua história, ganhe as eleições», pelo que disse acreditar que poderá vir a acontecer um «efeito de dominó na Europa».

O candidato à Comissão Europeia escusou-se a comentar particularmente a questão de Portugal e da troika, associando sempre este tema à Grécia e à Europa em geral, mas afirmou acreditar que «os portugueses, tal como os gregos, sabem que a única forma de sobreviver é evitando a troika», ou seja «tentando reconquistar a soberania».

«Mas acredito que quando o homem com as roupas pretas for embora de Portugal e da Grécia, não será o fim do nosso drama. O fim do nosso drama será quando pararem as maiorias de austeridade», concluiu.

Alexis Tsipras, que é candidato pelo Grupo da Esquerda Unitária, no qual se encontram as delegações do BE e PCP, quer ver derrotada a «Europa das forças conservadoras, do poder, do mercado de capital, dos bancos e banqueiros» e ver recuperados «os valores da fundação europeia», destacando «a coesão social, a solidariedade e a democracia».

Para além de Alexis Tsipras, estão na corrida à sucessão de Durão Barroso, que termina o mandato no fim de outubro, Martin Schulz, pelos Socialistas Europeus (em que se inclui o PS), Guy Verhofstadt, pelos Liberais, Jean-Claude Junker, pelo Partido Popular Europeu (PPE), o francês José Bové e a alemã Ska Keller, pelos Verdes.

As eleições europeias realizam-se em Portugal a 25 de maio.
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