Tsipras defendeu perante o comité central do seu partido, o Syriza, o compromisso alcançado esta semana com o Eurogrupo e afirmou que as forças conservadoras europeias «minaram» cada passo para um acordo, para evitar que o exemplo grego criasse escola em Espanha e Portugal, refere a agência Efe.
«Deparámo-nos com um eixo de poderes, liderado pelos governos de Espanha e de Portugal que, por motivos políticos óbvios, tentou levar a Grécia para o abismo durante todas as negociações», disse Tsipras numa reunião do comité central do seu partido, citado pela agência espanhola Europa Press.
«Espanha não é adversária de nada, antes pelo contrário: é solidária com o povo grego como já demonstrou, assumindo o compromisso de 26.000 milhões euros num momento muito difícil para a economia do nosso país em plena recessão», disse o secretário de Estado espanhol, em declarações à Efe.
«Por isso, o que pedimos ao novo Governo grego é responsabilidade, porque acreditamos que os problemas da Grécia não se resolvem com declarações, mas com reformas, e é isso que esperamos», adiantou.
«Pareceu-nos que [as declarações de Tsipras] não correspondiam à realidade e, por isso, ao não responder à realidade não entendemos porque foram produzidas», disse o governante espanhol.
«Os últimos dados económicos divulgados demonstram que a Grécia ia no bom caminho, eram positivos e esperamos que não haja retrocessos nesta matéria. Por isso, o Eurogrupo, que toma decisões por unanimidade, concordou com o pedido grego de prolongar o programa e os compromissos que a Grécia assumiu perante ele», acrescentou Méndez de Vigo.
Entretanto, Portugal, através do porta-voz do PSD, Marco António Costa, também já reagiu às declarações do primeiro-ministro grego , afirmando que a «conturbação e dificuldades internas do Syriza não justificam a invenção de histórias nem de desculpas para envolver terceiros».