Portugal no "pelotão da frente" na luta contra alterações climáticas - TVI

Portugal no "pelotão da frente" na luta contra alterações climáticas

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  • 25 abr 2018, 17:53
Aquecimento climático [Reuters]

Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente participou, em Paris, num encontro da plataforma «2050 Pathways"

O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, disse hoje à Lusa, em Paris, que Portugal continua no "pelotão da frente" na luta contra as alterações climáticas.

O governante participou num encontro da plataforma «2050 Pathways", um conjunto de países que quer a neutralidade carbónica para 2050, no qual Portugal, França, Alemanha, Holanda, Suécia, Finlândia e Luxemburgo reiteraram a necessidade de estratégias nacionais de longa duração alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris, alcançado na conferência do clima de 2015.

É muito importante estar neste pelotão da frente. Portugal claramente está naquilo a que chamamos os ‘front runners', sendo que nós nunca perdemos de perspetiva que a União Europeia é um conjunto de 28 países, que todos são importantes, mas precisamos de bons exemplos e ambição", afirmou José Mendes à Lusa.

O secretário de Estado participou também numa mesa-redonda sobre as "estratégias de longa duração e ambição climática da União Europeia", na qual destacou que Portugal, em março, foi capaz de produzir mais eletricidade a partir de fontes renováveis do que aquilo que era a procura de todo o país", um aspeto que "foi muito elogiado" pelos outros países.

Na conferência, o governante defendeu "a necessidade de melhorar a eficiência energética e de incorporar uma maior percentagem de fontes renováveis na produção de energia elétrica".

José Mendes também referiu "a importância de trabalhar com diferentes setores", nomeadamente com o setor da indústria, e disse que "é preciso encontrar um ponto de compatibilização entre um obrigatório aumento da ambição da descarbonização do setor dos transportes e manter a competitividade do setor, sobretudo o europeu, que emprega muitas pessoas".

A 28 de fevereiro, o secretário de Estado adjunto e do Ambiente foi eleito o primeiro presidente da Aliança para a Descarbonização dos Transportes (TDA, na sigla em inglês), que junta países, cidades e empresas, e teve Portugal como cofundador.

O governante explicou à Lusa que "há uma proposta da União Europeia sobre os veículos comerciais ligeiros para, entre 2021 e 2030 reduzir o nível de emissões médias das frotas produzidas pela indústria automóvel em 30%", sendo que "alguns países europeus entendem que se pode ser ainda mais ambicioso" e que "o setor automóvel entende que o esforço é muito grande".

Aquilo que Portugal defende é que nós não devemos reduzir o nível de ambição. Agora, nós devemos ouvir a indústria automóvel, nomeadamente quando se fala de obrigatoriedade de objetivos de redução em 2025. Também estamos dispostos a analisar a proposta de separar os veículos ligeiros dos veículos comerciais ligeiros e também a dar uma maior valorização dos veículos híbridos", explicou.

A TDA foi criada em Bona, em novembro de 2017, durante a conferência do clima das Nações Unidas, com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica nos transportes antes de 2050.

Além do representante português, o encontro em Paris juntou os ministros do Ambiente da Holanda, Eric Wiebes, e Finlândia, Kimmo Tiilikainen, os secretários de Estado do Ambiente de França, Brune Poirson, da Suécia, Eva Svedling, e os conselheiros dos ministérios do Ambiente da Alemanha, Karsten Sach, e do Luxemburgo, André Weidenhaupt.

José Mendes explicou que a reunião serviu para "fazer subir a ambição dos objetivos de descarbonização", que a redução das emissões "é uma questão que deve envolver as empresas e as cidades", e relembrou que Portugal continua a preparar o roteiro para atingir a neutralidade carbónica em 2050.

No Acordo de Paris, em 2015, Portugal comprometeu-se a contribuir para limitar o aumento da temperatura média global do planeta a 2 graus e a fazer esforços para que esta não ultrapasse os 1,5 graus.

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