Ventura diz que PS e PSD têm “acordo de cavalheiros” para “anular importância" do Chega - TVI

Ventura diz que PS e PSD têm “acordo de cavalheiros” para “anular importância" do Chega

  • Agência Lusa
  • HCL
  • 30 out 2021, 23:25
Autárquicas 2021: noite eleitoral

Segundo Ventura, o Chega “tem informações” de que caso o partido seja o terceiro mais votado em futuras legislativas “e PSD ou PS fiquem em primeiro”, haverá entendimento entre os sociais-democratas e socialistas

O presidente do Chega, André Ventura, disse hoje em Leiria que há um entendimento entre PS e PSD para “anular a importância do Chega no parlamento” após as próximas eleições legislativas. 

“O que estão a dizer nos corredores de São Bento e de Belém é que farão um ‘acordo de cavalheiros’ entre o PSD e o PS, em que o PS viabiliza o programa e orçamento do PSD ou o PSD viabiliza o programa de governo e orçamento do PS. Uma espécie de bloco central para anular a importância do Chega no parlamento, para não precisarem de negociar connosco”, afirmou André Ventura durante o 8.º Conselho Nacional do partido, que decorreu em Chãs, lugar da freguesia de Regueira de Pontes, no distrito de Leiria.

Segundo Ventura, o Chega “tem informações” de que caso o partido seja o terceiro mais votado em futuras legislativas “e PSD ou PS fiquem em primeiro”, haverá entendimento entre os sociais-democratas e socialistas.

“Para muitos parece uma miragem, mas não é. É a única forma que têm de anular o efeito do Chega a nível nacional”, disse.  

Ao mesmo tempo, André Ventura disse também, aos militantes presentes no Conselho Nacional, dispor de “elementos muito reveladores e credíveis” que “é muito provável” que PSD e CDS se apresentem juntos “para evitar o efeito Chega nestas eleições”.

Para o presidente do Chega, as legislativas que se anunciam surgem “numa fase muito, muito difícil” para o partido.

“Esgotámos os nossos recursos praticamente todos nestas autárquicas. Foi uma opção política, porque as autárquicas eram fundamentais para o partido. Porquê? Nenhum partido consegue chegar ao poder sem uma base autárquica de implantação”, justificou.

Por isso, o Chega gostava de ter “eleições um pouco mais tarde”, porque “não temos recursos, não há listas feitas, é preciso identificar quadros, é preciso pacificar o partido em muitos aspetos, não nos interessava [ter eleições agora]”.

“Se tivermos eleições nestes dias [sugeridos pelos outros partidos] vai ser um tremendo sacrifício. Mas o país não pode estar à espera meses e meses a fio de um novo orçamento e em instabilidade governativa, apenas porque o PSD, o CDS ou o Chega não têm a ‘casa’ devidamente arrumada”, sublinhou.

Para André Ventura, as próximas legislativas vão implicar, assim, “uma das maiores lutas” da vida do Chega. 

“Vamos ter contra nós não apenas todos os outros partidos, vamos ter contra nós um sistema inteiro montado para nos dificultar a vida, para não chegarmos a ser decisivos na tomada de decisões”.

“Acredito mesmo que o destino conspirou para que nós pudéssemos ter aqui um grande sucesso. Que grande desilusão vai ser se não soubermos aproveitar esta única oportunidade”, afirmou. 

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