Ventura formaliza recandidatura a líder do Chega - TVI

Ventura formaliza recandidatura a líder do Chega

  • .
  • CP
  • 10 fev 2021, 15:25
André Ventura

Eleições diretas estão marcadas para 6 de março

O presidente demissionário do Chega entregou hoje à Mesa da Convenção Nacional do partido a sua recandidatura a líder em eleições diretas, entretanto marcadas para 6 de março.

André Ventura demitiu-se uma segunda vez do cargo na sequência das eleições presidenciais de 24 de janeiro, nas quais foi o terceiro mais votado, mas falhou os objetivos de ficar à frente da ex-eurodeputada do PS Ana Gomes e forçar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a uma segunda volta.

Segundo a moção estratégica a que a Lusa teve acesso, o deputado único do partido da extrema-direita parlamentar defende que “a III Convenção [Nacional] terá de ser o passo definitivo” [do Chega] para alcançar a presença no executivo do país.

Fonte oficial da força política populista disse à Lusa que a próxima (III) reunião-magna dos militantes do Chega “ainda não tem local determinado para se realizar, mas aponta-se o final de maio como data mais provável”.

Na convocatória para as “diretas” de 6 de março, o presidente da Mesa, Luís Graça, declarou que a III Convenção Nacional “vai ser realizada, depois do levantamento das restrições sanitárias” anti-covid-19.

“O objetivo do partido deverá ser agora, sem dúvidas ou tibiezas, o Governo de Portugal. As mudanças que temos de efetuar, o combate feroz à corrupção, a reforma da justiça, a dignificação dos polícias, médicas, enfermeiros, professores e de todos os que estão na linha da frente contra esta pandemia, a reforma do sistema fiscal e a reforma global do sistema político, só o conseguiremos efetivamente se os portugueses nos derem um voto de confiança para governar Portugal”, lê-se no texto de Ventura.

O documento, intitulado “Governar Portugal”, segue-se à moção estratégica apresentada por Ventura nas “diretas” de 05 de setembro de 2020 e na II Convenção Nacional (19 e 20 de setembro, Évora) cujo título era “Mobilizar Portugal” e onde se propunha eleger “deputados regionais já nas eleições para a Região Autónoma dos Açores” e consolidar o Chega “como terceira força política nacional nas próximas eleições legislativas, deixando para trás o PCP, o BE e o PAN”.

“Candidato-me novamente (...) para garantir não só que o partido conseguirá implantar-se em todo o território nacional nas próximas eleições autárquicas, com autarcas competentes e próximos das populações, como estará apto para fornecer ao país uma solução de Governo que será sempre, com a nossa participação, um governo antissistema”, declara agora.

Segundo o líder da extrema-direita parlamentar, “o Chega está numa enorme encruzilhada histórica - cresceu como nunca nenhum outro partido o fez na história de Portugal e, por isso mesmo, está debaixo de tremenda ameaça institucional que poderá colocar em causa, efetivamente, a sua sobrevivência”.

Podem candidatar-se à presidência da Direção Nacional desta força política os militantes com, “pelo menos, seis meses de militância oficial”. Os pretendentes têm até segunda-feira (“15 dias úteis anteriores à data do ato eleitoral”) para apresentarem a sua candidatura, que tem de ser apoiada por, “pelo menos, três presidentes de comissões políticas distritais e um presidente de comissão política regional”, estipula o regulamento eleitoral.

Nas “diretas” de 6 de março, além do escrutínio do futuro presidente, os militantes vão igualmente escolher os cerca de 500 delegados para a futura convenção. Vão estar à disposição mesas de voto nos 18 distritos continentais e nas duas regiões autónomas, sendo que as comissões políticas regionais podem decidir que haja “até uma mesa por ilha”.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE