"A maior homenagem que se pode prestar a Arnaut" é "salvar o SNS" - TVI

"A maior homenagem que se pode prestar a Arnaut" é "salvar o SNS"

  • AR - notícia atualizada às 18:30
  • 21 mai 2018, 14:47

Manuel Alegre e outros notáveis reagem à morte do cofundador do PS e ministro dos Assuntos Sociais, que ficou conhecido como o pai do Serviço Nacional de Saúde

O ex-candidato presidencial Manuel Alegre considerou hoje que António Arnaut foi o socialista mais genuíno que conheceu, adiantando que a melhor homenagem que lhe pode ser feita é "salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Manuel Alegre, dirigente "histórico" socialista, assumiu estas posições numa mensagem que transmitiu à agência Lusa, depois de tomar conhecimento da morte do presidente honorário do PS e antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, hoje, em Coimbra, aos 82 anos.

Estou muito abalado, era um dos meus maiores amigos de há muito tempo. António Arnaut é o socialista mais genuíno que conheci", declarou o antigo conselheiro de Estado.

Na sua mensagem, Manuel Alegre salientou que, enquanto ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, entre 1977 e 1978, o país "deve-lhe o SNS".

A maior homenagem que se lhe pode fazer é cumprir o último apelo que António Arnaut fez: Salvar o SNS", frisou.

Para Manuel Alegre, António Arnaut foi ao longo da sua vida "um homem completo, integral e sempre coerente nas suas posições".

"Sempre defendeu o socialismo, o socialismo em liberdade, o socialismo em democracia. Não era apenas uma palavra, era uma forma de vida. Já não há pessoas como o [António] Arnaut", acrescentou Manuel Alegre.

Marcelo lembra "lutador pela liberdade e pela democracia" e "criador do SNS"

O Presidente da República lamentou hoje a morte do antigo ministro António Arnaut, lembrando-o como um "cidadão impoluto" que foi um "lutador pela liberdade e pela democracia" e "criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Em declarações aos jornalistas, à saída do quartel dos bombeiros de Vila Nova de Tazem, no concelho de Gouveia, distrito da Guarda, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que António Arnaut foi "proponente de uma reforma do SNS há muito pouco tempo".

"Eu tive a honra de o condecorar com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e queria, como amigo, recordar com saudade a pessoa e agradecer-lhe tudo o que fez por Portugal", afirmou o chefe de Estado.

Durante uma visita a vários pontos do concelho de Gouveia, para se inteirar da situação no terreno na sequência dos incêndios de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu António Arnaut como um "cidadão impoluto", que "foi e é um exemplo de democrata, de lutador pela liberdade, de socialista empenhado na solidariedade social".

O Presidente da República destacou a forma como o socialista era "sensível à justiça e à solidariedade", acrescentando: "Daí ser o criador do SNS que é, porventura, uma das expressões máximas da solidariedade social acolhida na nossa Constituição".

Era de uma fidelidade, de uma lealdade, de uma persistência", elogiou.

Costa sublinha perda de "grande referência da causa pública" 

O primeiro-ministro, António Costa, considerou que Portugal perdeu "uma grande referência da causa pública" com a morte do "pai do Serviço Nacional de Saúde", António Arnaut.

“Portugal perdeu aquele que é o pai do nosso Serviço Nacional de Saúde, uma grande referência como governante, como deputado e democrata, como grande defensor da causa pública e que nos legou algo que é precioso e que é, seguramente, algo de mais importante que o 25 de Abril nos deixou, que é podermos ter um Serviço Nacional de Saúde que assegura acessibilidade universal tendencialmente gratuita para todos, independentemente das suas possibilidades económicas”, acentuou António Costa à chegada ao aeroporto da Madeira.

António Costa fez esta declaração à chegada à Madeira, onde foi encerrar a cerimónia do Dia do Empresário Madeirense, organizado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF).

Bastonário recorda homem sempre preocupado em salvar SNS

O bastonário da Ordem dos Médicos descreveu hoje António Arnaut como um homem lutador e que manteve sempre a preocupação de salvar o Serviço Nacional de Saúde, considerando que todos os portugueses lhe devem estar gratos.

É uma grande perda para o país, não só pelo seu papel fundamental no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas por toda a sua atividade política, como grande defensor dos direitos, liberdades e garantias”, afirmou Miguel Guimarães à agência Lusa.

O bastonário dos Médicos considera que a figura de António Arnaut é insubstituível, destacando as suas “posições irreverentes”, tentando sempre “puxar pela carroça com o objetivo de salvar o SNS”.

Miguel Guimarães lembrou a obra recente que Arnaut lançou conjuntamente com João Semedo, um livro intitulado precisamente “Salvar o SNS”.

O bastonário, que recordou que António Arnaut chegou a receber a medalha de mérito da Ordem dos Médicos, considera que todos os portugueses devem compreender a “grande dádiva que é o SNS e devem lutar por ele”.

Ministro da Saúde lembra "figura de referência" 

O ministro da Saúde considera que António Arnaut não era apenas o pai do Serviço Nacional de Saúde, descrevendo-o como uma figura de referência em termos de influência cívica e com grande devoção à causa pública.

Em declarações por telefone à agência Lusa, o ministro Adalberto Campos Fernandes lembrou ainda Arnaut como um “republicano, um homem da literatura, um grande poeta e um homem de uma enorme sensibilidade”.

Não é apenas o pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como nos habituámos a reconhecê-lo. Perdemos um cidadão que soube enobrecer a sua devoção à causa pública”, afirmou o ministro, que se encontra na Suíça a participar na 71.ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde.

Para Adalberto Campos Fernandes, o país “perde uma das figuras referenciais em termos de influência cívica, de capacidade de pensar e refletir sobre o futuro”, além de ter um sentido de realização com a política que o ministro classifica como “puro”.

Arnaut era ainda, segundo o ministro, um homem com “profundo sentido de justiça, que viu na realização do SNS um início de caminho para cumprir esse ideal de justiça”.

“O que importa é prosseguir o caminho e, 40 anos depois, tudo fazer para que a ideia fundadora seja todos os dias renovada e possamos ter esta realização que todos consideramos ser a melhor realização da democracia em termos de serviço público”, afirmou Campos Fernandes, deixando uma “palavra de desolação transformada num forte abraço à família e amigos próximos”.

Enfermeiros lembram "um dos últimos homens bons e sérios da Saúde"

A Ordem dos Enfermeiros considera que “morreu um dos últimos homens bons e sérios da Saúde”, manifestando pesar pelo falecimento de António Arnaut, considerado o “pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Numa nota assinada pela bastonária Ana Rita Cavaco, a Ordem manifesta o seu “enorme pesar” e lembra que Arnaut “foi sempre um defensor e amigo dos enfermeiros”.

Francisco George recorda homem “interessado em servir portugueses”

O presidente da Cruz Vermelha e antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, lembrou hoje António Arnaut como um homem que, na perspetiva do interesse público e de todos os portugueses, “não recuava e não estava sujeito a pressões”.

O país perde uma figura, mas ganhou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que ele fundou. Perde uma figura política de impressionável transparência, mas ganhou um SNS para sempre”, afirmou Francisco George à agência Lusa.

O especialista em saúde pública afirmou que António Arnaut foi responsável por colocar “Portugal no topo a nível internacional”, no que diz respeito à “saúde da população, em particular das mães e das crianças”.

Francisco George recordou ainda a capacidade de “tomada de decisão inabalável” do antigo ministro dos Assuntos Sociais.

A decisão, uma vez tomada, era inabalável para ele. Ia para a frente, não recuava, não estava sujeito a pressões, a interesses. Isto na perspetiva do interesse público, do interesse de todos os portugueses, no interesse dos mais pobres, mais vulneráveis”, afirmou.

João Semedo lembra “insubmisso e permanente lutador pela liberdade”

O ex-coordenador do BE João Semedo lembrou hoje António Arnaut como um "insubmisso e permanente lutador pela liberdade, pela igualdade e pela justiça social", pedindo dignidade pelo exemplo deixado pelo pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em janeiro deste ano, João Semedo e António Arnaut lançaram o livro "Salvar o SNS - Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a democracia".

Numa nota publicada na rede social Facebook, João Semedo considerou que António Arnaut "será para sempre lembrado muito justamente como o ‘pai do SNS'”, mas sublinhou que o socialista "foi muito mais do que isso".

Foi um insubmisso e permanente lutador pela liberdade, pela igualdade e pela justiça social, um incansável combatente pelos valores da República, da esquerda e do socialismo", enalteceu.

O antigo coordenador do BE deixou um pedido: "Morreu o homem, guardemos a memória do seu exemplo e saibamos ser dignos dele".

A notícia da morte do meu querido amigo António Arnaut, na sua injustiça e brutalidade, deixou-me amargurado, gelado e invadido por um vazio que retira todo o sentido ao que eu aqui possa dizer", escreveu.

João Semedo assumiu ainda não encontrar "palavras à altura da sua dimensão como cidadão e ser humano nas múltiplas facetas em que a sua riquíssima vida se desdobrou".

Ferro Rodrigues destaca exemplo ético e causa dos direitos sociais

O presidente da Assembleia da República considerou hoje que o fundador do PS António Arnaut personificava o conceito de "ética republicana", destacando que foi até ao seu último dia um militante ativo da causa dos direitos sociais.

É com profunda tristeza que tomo conhecimento do falecimento de António Arnaut, um homem que personificava, como poucos, o conceito de ética republicana", refere Ferro Rodrigues numa mensagem enviada à agência Lusa.

O antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde, morreu hoje em Coimbra, aos 82 anos.

Para o presidente da Assembleia da República, António Arnaut "foi combatente antifascista, deputado à Assembleia Constituinte e fundador do Partido Socialista", apontando, ainda que, atualmente, era o presidente honorário do PS.

Enquanto ministro, ficou associado à criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma das principais conquistas sociais da democracia portuguesa. Era por isso justamente apelidado de pai do SNS. Era assim que os portugueses, reconhecidos, o viam", sustentou o antigo secretário-geral do PS.

Na sua mensagem, Ferro Rodrigues destacou que António Arnaut foi "até ao último dia um cidadão empenhado e um militante ativo da causa dos direitos sociais, porque sabia bem que sem igualdade de oportunidades a liberdade não tem condições para ser exercida".

"A sua partida deixa-me já um imenso sentimento de saudade. E quero, em nome da Assembleia da República, transmitir publicamente à sua família e a todo o PS, as minhas mais sentidas condolências", acrescentou.

Morreu um homem de princípios “como há poucos” 

António Campos, um dos fundadores do PS, disse hoje à agência Lusa que, com a morte de António Arnaut, se perdeu “um homem de luta política e de princípios, como infelizmente há poucos”.

António Arnaut “fazia da política uma luta de causas”, sublinhou o amigo e “parceiro de muitas batalhas políticas” do advogado e escritor que foi impulsionador do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Perdemos um democrata da cabeça aos pés”, lamentou António Campos, que conheceu António Arnaut quando este ainda era estudante na Faculdade de Direito em Coimbra, no início dos anos 60, durante uma comemoração da revolta de 31 do janeiro de 1891.

“Depois foram as reuniões clandestinas, aqui em minha casa [em Oliveira do Hospital] e na casa dele [em Coimbra]”, para a fundação do Partido Socialista, para as eleições de 1969 pela oposição democrática, recordou António Campos, referindo diversos outros combates de António Arnaut, destacando, depois do 25 de Abril, “a criação, com Mário Mendes, do SNS.

Carlos César evoca "apaixonado" pela causa da saúde pública 

O presidente do PS, Carlos César, lembrou hoje a memória de António Arnaut, evocando o socialista como um "apaixonado" pela causa da saúde pública e um "representante do sentido humanista" que a política deve ter.

Arnaut, declarou César, "não era apenas um socialista, era um socialista muito simbólico, representante do sentido humanista com que a política se desenvolve", um socialista "empenhado, apaixonado naquilo que sempre constituiu a sua grande causa, a causa da saúde pública".

E concretizou: "Com o desaparecimento de António Arnaut, fundador do PS, nosso presidente honorário, sobretudo nosso presidente afetivo, desaparece uma parte muito significativa da nossa memória do presente", sendo que existe a "responsabilidade" de seguir uma trajetória "humanista" no PS.

Carlos César endereçou ainda sentimentos à família do presidente honorário dos socialistas. O presidente do PS falava aos jornalistas na Madalena, à margem das celebrações do dia da Região Autónoma dos Açores, que hoje se assinala na ilha do Pico.

Rui Rio recorda “figura incontornável” do pós 25 de Abril 

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou que o partido que lidera reconhece António Arnaut como "uma figura incontornável" do pós 25 de Abril.

Rui Rio destacou a importância de António Arnaut "na democracia, particularmente no pós 25 de Abril, independentemente de ter sido o criador do Serviço Nacional de Saúde [SNS]".

O SNS, sublinhou, é uma marca do cofundador do PS.

Todos nós portugueses temos que agradecer [essa marca], mas acima de tudo foi um grande democrata e presidente do Partido Socialista. Por isso, não só à família como ao próprio Partido Socialista queria dar os meus sentimentos e dizer que o PSD reconhece o doutor António Arnaut como uma figura incontornável do pós 25 de Abril", disse o líder social-democrata, que falava aos jornalistas após uma manhã dedicada à justiça, em Coimbra.

Rui Rio informou ainda que o PSD marcará presença nas cerimónias fúnebres.

Cristas recorda “homem profundamente dedicado às causas em que acreditou” 

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, lamentou hoje a morte de António Arnaut, que recordou como “um homem profundamente dedicado às causas em que acreditou” como a construção do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita no âmbito das jornadas parlamentares do CDS-PP que decorrem até terça-feira em Viana do Castelo, a líder do CDS-PP recebeu a notícia pela comunicação social.

“Realço um homem profundamente dedicado às causas em que acreditou, nomeadamente na construção do SNS”, afirmou, deixando os “profundos sentimentos” à família, amigos e ao Partido Socialista, de que foi cofundador e era presidente honorário. “Todos ficamos unidos nessa perda, uma perda também pelo que é a nossa saúde e hoje tanto temos de batalhar em Portugal para que o SNS funcione melhor”, destacou Cristas.

Para a líder do CDS-PP, independentemente das diferentes posições partidárias, “o objetivo de todos é sempre que possa haver melhor saúde para todos os portugueses”.

PCP destaca empenho e intervenção na "defesa dos valores de Abril"

O PCP destacou hoje o empenho e intervenção do fundador do PS António Arnaut na “defesa de valores de Abril” na saúde e noutros direitos sociais consagrados na Constituição da República.

Em nota enviada às redações, o PCP expressou as condolências à família de António Arnaut e ao Partido Socialista, lembrando o “posicionamento antifascista” e a “participação em ações unitárias democráticas” do socialista, conhecido como "pai" do Serviço Nacional de Saúde.

O PCP sublinhou ainda a “intervenção institucional” e "o empenho" de António Arnaut “na defesa dos valores de Abril, nomeadamente no que toca à saúde e a outros direitos sociais e democráticos consagrados na Constituição da República Portuguesa”.

Bloco de Esquerda evoca o “melhor rosto do serviço público”

O deputado bloquista José Manuel Pureza considerou que António Arnaut era "o melhor rosto do serviço público", um exemplo de "integridade absoluta" e um homem insubmisso que sempre lutou por um serviço de saúde democrático e público.

"Honrar a memória de António Arnaut é sermos totalmente insubmissos nos nossos combates como foi António Arnaut", disse José Manuel Pureza, considerando que o livro que o fundador do PS escreveu em coautoria com o médico do BE João Semedo mostra o "combate final da sua vida por um Serviço Nacional de Saúde [SNS] realmente democrático, público e igualmente acessível para todos".

O livro, com propostas para uma nova Lei de Bases da Saúde, "é, porventura, o grande desafio que deixa à nossa democracia", sublinhou o também vice-presidente da Assembleia da República.

"Creio que só faríamos bem em seguir esse recado que ele nos deixa de cuidarmos o Serviço Nacional de Saúde como lugar da democracia", afirmou José Manuel Pureza, em declarações aos jornalistas.

Para o deputado do Bloco de Esquerda, António Arnaut fez da sua vida "um exemplo de integridade absoluta, de desinteresse total por qualquer tipo de compensação pelo seu esforço".

O povo conhecia-o como pai do Serviço Nacional de Saúde, não como autor ou como criador, mas como pai. Pai é alguém que ama, é alguém que cuida, é alguém que se bate ilimitadamente por aquilo que é a sua criação. E assim foi António Arnaut relativamente ao Serviço Nacional de Saúde e devemos-lhe o melhor que a democracia portuguesa tem", referiu.

José Manuel Pureza recordou também a coerência ao longo da vida do fundador do PS.

"Foi um utente do Serviço Nacional de Saúde, alguém que amava o Serviço Nacional de Saúde e, por isso mesmo, sabia que era no Serviço Nacional de Saúde que encontra os melhores cuidados e iguais aos de qualquer outro ser humano", frisou.

Vieira da Silva espera que legado inspire futuro

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse hoje esperar que o "legado" do ‘pai' do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, seja uma inspiração para o futuro na causa pública.

Gostaria que o legado de António Arnaut fosse uma inspiração, obviamente que com novos desafios e novos contextos, mas que a sua dedicação à República e ao bem público, ao bem comum, continuasse a ser uma inspiração, nessa [a Saúde] como em muitas outras áreas", disse Vieira da Silva à agência Lusa.

Em declarações na Figueira da Foz, à margem de um encontro nacional de Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, o ministro sublinhou que a morte de António Arnaut é "um momento de tristeza para a democracia portuguesa, para os democratas e muito em particular para os socialistas".

"Obviamente que a ligação dele ao Serviço Nacional de Saúde é algo que marcará decerto o seu papel na História, mas, mais do que isso, a sua figura como um grande democrata é algo que não deixará nunca de ser lembrado. É um momento de tristeza para todos nós, julgo que a generalidade dos portugueses acompanha esse sentimento", frisou Vieira da Silva.

O ministro considerou ainda António Arnaut "uma das grandes figuras da democracia portuguesa" e que o seu desaparecimento "deixa um vazio importante".

António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.

O corpo de António Arnaut está, desde as 18:30, em câmara ardente na antiga igreja do Convento de S. Francisco, em Coimbra. Na terça-feira, o corpo sairá às 16:30 da antiga igreja do Convento S. Francisco para o crematório da Figueira da Foz.

Presidente honorário do PS desde 2016, António Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.

 

 

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