Cavaco Silva "não está à altura da República" - TVI

Cavaco Silva "não está à altura da República"

António Arnaut [Foto: Lusa]

António Arnaut subiu ao púlpito no comício do PS em Coimbra, para pôr as mãos no fogo por António Costa e para dizer que o chefe de Estado "desconsiderou os portugueses"

O histórico socialista António Arnaut condenou hoje o facto de Cavaco Silva  faltar às celebrações do 5 de Outubro, que celebra a Implantação da República, como avançou a TVI. O pai do Serviço Nacional de Saúde recebeu a notícia com "tristeza profunda" e, institucionalmente falando, teceu várias críticas ao chefe de Estado, no comício do PS em Coimbra, onde interveio pela primeira vez nesta campanha eleitoral.

Fez um ponto prévio, dizendo que não votou em Cavaco Silva, mas como republicano respeita a sua pessoa e as suas funções. A seguir, atirou:

"Pois aqui lhe digo respeitosamente que o senhor Presidente desconsiderou os portugueses, desconsiderou a República. Não está à altura da República" 


Arnaut disse que até podia relevar o facto de Cavaco não usar cravo ao peito, o símbolo do 25 de Abril, nas comemorações oficiais. No entanto, faltar às comemorações de um dia feriado que deixou de o ser e que faz parte da História do país, só tem uma reação a isso: "Não aceito".

"Até a Rainha de Inglaterra vai estranhar que o Presidente da República em Portugal não se associe às celebrações da República que o elegeu", reforçou.


Mãos no fogo por Costa


Arnaut, que é o mandatário nacional do PS nestas eleições, confessou  aceitou sê-lo "com muita honra e pouco préstimo". Saiu em defesa de António Costa, prometendo por ele, aos portugueses, que tudo vai correr como o líder do PS apregoa,  

"Dou-vos a minha palavra, a minha palavra de honra, a garantia de que o António Costa e o seu próprio governo cumprirão fielmente todas as promessas, todos os compromissos".


O Serviço Nacional de Saúde e o Estado Social, não tem dúvidas, será defendido.

Ainda assim, deixou Costa de sobreaviso: se por ventura houver algum "desvio", será "o primeiro a levantar a voz". O secretário-geral do PS prometeu "honrar a palavra" que deu. E recordou, como tem feito inúmeras vezes, o seu percurso como autarca para argumentar.

Carlos do Carmo também foi seu mandatário nas eleições para a câmara de Lisboa e também o avisou que queria verificar que o que tinha prometido seria efetivamente cumprido.  "Regressei com gosto ao método da avaliação contínua" dos tempos da faculdade. E é por isso, perdoem-me a imodéstia, que tenho muita honra de ter estado todos estes anos sujeito a avaliação contínua e tê-lo como apoiante da minha candidatura. Passei no exame!".

À semelhança de Costa e Alegre, também Arnaut não poupou críticas a Passos Coelho e Paulo Portas: o primeiro, considera-o "um neoliberal assumido que nega o nome do partido e odeia o Estado Social"; o segundo,  apelida-o de "falso democrata-cristão" que também contribuiu para a obra destruidora do Estado Social. E que trocou essa ideologia por um "prato de lentilhas".
 
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