Fez um ponto prévio, dizendo que não votou em Cavaco Silva, mas como republicano respeita a sua pessoa e as suas funções. A seguir, atirou:
"Pois aqui lhe digo respeitosamente que o senhor Presidente desconsiderou os portugueses, desconsiderou a República. Não está à altura da República"
Arnaut disse que até podia relevar o facto de Cavaco não usar cravo ao peito, o símbolo do 25 de Abril, nas comemorações oficiais. No entanto, faltar às comemorações de um dia feriado que deixou de o ser e que faz parte da História do país, só tem uma reação a isso: "Não aceito".
"Até a Rainha de Inglaterra vai estranhar que o Presidente da República em Portugal não se associe às celebrações da República que o elegeu", reforçou.
Mãos no fogo por Costa
Arnaut, que é o mandatário nacional do PS nestas eleições, confessou aceitou sê-lo "com muita honra e pouco préstimo". Saiu em defesa de António Costa, prometendo por ele, aos portugueses, que tudo vai correr como o líder do PS apregoa,
"Dou-vos a minha palavra, a minha palavra de honra, a garantia de que o António Costa e o seu próprio governo cumprirão fielmente todas as promessas, todos os compromissos".
O Serviço Nacional de Saúde e o Estado Social, não tem dúvidas, será defendido.
Ainda assim, deixou Costa de sobreaviso: se por ventura houver algum "desvio", será "o primeiro a levantar a voz". O secretário-geral do PS prometeu "honrar a palavra" que deu. E recordou, como tem feito inúmeras vezes, o seu percurso como autarca para argumentar.
Carlos do Carmo também foi seu mandatário nas eleições para a câmara de Lisboa e também o avisou que queria verificar que o que tinha prometido seria efetivamente cumprido. "Regressei com gosto ao método da avaliação contínua" dos tempos da faculdade. E é por isso, perdoem-me a imodéstia, que tenho muita honra de ter estado todos estes anos sujeito a avaliação contínua e tê-lo como apoiante da minha candidatura. Passei no exame!".
À semelhança de Costa e Alegre, também Arnaut não poupou críticas a Passos Coelho e Paulo Portas: o primeiro, considera-o "um neoliberal assumido que nega o nome do partido e odeia o Estado Social"; o segundo, apelida-o de "falso democrata-cristão" que também contribuiu para a obra destruidora do Estado Social. E que trocou essa ideologia por um "prato de lentilhas".