«Vim visitar um grande amigo e uma pessoa que está preso inocente. Eu quero dizer uma coisa: eu passei a minha vida a lutar pela liberdade, a defender os direitos, as liberdades e as garantias dos meus cidadãos. Venho aqui hoje também numa atitude de protesto pela violação desses princípios. Como sabe a Justiça mandou uma bomba atómica sobre a democracia, mas até agora ainda não provou nada»
O fundador do PS disse que só factos muitos fortes é que poderiam colocar «um ex-primeiro-ministro e um representante máximo da Democracia» na prisão. Mas entende que não é o que acontece. Para António Campos, o ex-chefe de Governo está detido sem saber porquê e que os indícios que lhe imputam surgem, apenas e só, de «processos de intenção». «Quando queremos saber indícios vamos aos jornais. Da Justiça, não sabemos nada. Sabemos que há uma bomba atómica sobre a Democracia», repetiu.
«Não se conhecem os factos, é óbvio. O que eu acho é que o meu amigo Sócrates está detido sem ter acusação. Não sou jurista, mas tudo aquilo por que lutei na minha vida, vejo aqui atropelado», disse, aludindo às liberdades e garantias dos cidadãos.
Nesse momento, os jornalistas lembraram que o procedimento é o que se passa com qualquer cidadão. António Campos exaltou-se:
Sobre se o seu filho, Paulo Campos, ex-secretário de Estado das Obras Públicas e que foi alvo de buscas domiciliárias a propósito do inquérito-crime às PPP, vai visitar Sócrates, respondeu que claro que sim: «Espero que sim, que virá. De certeza absoluta. Aí está outro caso, também. Há três anos foram-lhe a casa e até hoje…», rematou.«Não é verdade, o que se está aqui a passar é que têm ali preso ex-primeiro-ministro que era símbolo de uma instituição e o que está aqui em causa é a instituição. É clarinho como água: se não há uma acusação forte, como é que se prende um ex-primeiro-ministro da Democracia, que foi eleito por milhões de portugueses».