Brexit: Costa reconhece que progressos são “muito insuficientes” - TVI

Brexit: Costa reconhece que progressos são “muito insuficientes”

  • MM
  • 18 out 2017, 18:46

Declarações do primeiro-ministro no debate preparatório para o Conselho Europeu

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta quarta-feira que os progressos nas negociações entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido são ainda "muito insuficientes", havendo caminho a trilhar em áreas com os direitos sociais dos cidadãos.

Quanto ao ‘Brexit', há avanços muito insuficientes", reconheceu o chefe do Governo no debate preparatório no parlamento para o Conselho Europeu desta semana.

Também esta tarde, o presidente do Conselho Europeu disse não esperar qualquer avanço nas negociações sobre o ‘Brexit' na cimeira de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, e advertiu que só com "muito trabalho árduo" haverá progressos no Conselho em dezembro

No parlamento português, no debate preparatório com o primeiro-ministro, a questão do ‘Brexit' surgiu ao lado do tema das questões migratórias, matérias de defesa e da problemática da Catalunha

Primeiro, o deputado do PSD Miguel Morgado questionou António Costa sobre a posição do executivo em relação à comissão estruturada permanente, que pretende dar um novo impulso à segurança externa e à defesa da Europa.

O social-democrata criticou, por outro lado, a "total ausência de política europeia" do executivo, sendo contestado depois pelo socialista Vitalino Canas, que valorizou o facto da Europa ter superado "nos últimos tempos algum descrédito, alguma desconfiança que os cidadãos demonstravam".

É o momento para avançar na construção europeia", insistiu o socialista.

Pelo BE, a deputada Isabel Pires lembrou que, no caso das migrações, o tema tem sido "matéria em todas as agendas" dos líderes europeus, mas o foco devia passar por "soluções humanitárias e não securitárias".

Depois de abordar o ‘Brexit', a parlamentar falou da Catalunha, um ponto "incrivelmente ausente" da agenda da reunião de Bruxelas: "O que afinal têm os Estados-membros a dizer do pedido de mediação feito pelo governo catalão?", questionou.

Pedro Mota Soares, deputado do CDS-PP, sustentou que a União continua "sem resposta efetiva para o ‘Brexit'" e, a isso, soma-se a problemática da Catalunha.

As rotas migratórias e a defesa da robustez da arquitetura da zona euro foram temas também abordados na intervenção do centrista, enquanto o comunista João Oliveira lembrou o trabalho dos eurodeputados do PCP e apelou à utilização de "recursos europeus" que atenuem a "tragédia dos incêndios" recentes em Portugal.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se em Bruxelas, entre quinta e sexta-feira, numa cimeira na qual vão discutir as negociações com o Reino Unido para o ‘Brexit' e o futuro da União a 27.

Na agenda de trabalhos dos líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, contam-se também, a nível de política externa, discussões sobre "os acontecimentos profundamente preocupantes" na Coreia do Norte, assim como a situação no Irão e na Turquia.

As atenções estarão, todavia, centradas na questão do ‘Brexit', que será discutida nos dois dias, pois na quinta-feira à noite a primeira-ministra britânica Theresa May faz questão de partilhar com os seus parceiros europeus as suas "reflexões sobre o ponto da situação das negociações" e, na sexta de manhã, os líderes da UE a 27, já sem May na sala, discutirão entre si como prosseguir essas negociações, além de um debate sobre o caminho a seguir sem o Reino Unido.

Relativamente às negociações em torno do ‘Brexit', o Conselho Europeu deverá constatar que não foram feitos progressos suficientes nos últimos seis meses para se passar à próxima fase das negociações - a UE só aceita discutir as futuras relações (designadamente comerciais) com o Reino Unido uma vez acertados os princípios do "divórcio" -, mas ao mesmo tempo deixar um sinal político positivo.

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