O primeiro-ministro explicou hoje porque estão a demorar a ser decretadas as novas medidas restritivas e deixou antever que, na próxima quarta-feira, "será decretado algo muito próximo do que tivemos no primeiro confinamento, logo em março e abril".
"Se tivéssemos feito mais cedo, teríamos feito seguramente pior. Teríamos feito com base em informação insuficiente e as medidas devem ser sempre ajustadas à realidade".
António Costa justificou que, se a reunião no Infarmed com especialistas tivesse sido realizada na terça-feira passada, os números ainda estariam longe dos dos últimos dias, "à volta dos 10 mil casos", pelo que as decisões não seriam ajustadas.
Os números desta segunda-feira são tidos como um reflexo do fim de semana, sendo mais baixos, pelo que só os de terça-feira darão "uma visão consolidada".
Ao falar sobre as medidas e os seus efeitos na restauração, António Costa lembra que "a pandemia não é estática" e confirmou que o país está a atravessar a terceira vaga.
"Tivemos uma primeira vaga, tivemos uma segunda vaga e estamos agora seguramente a ter uma terceira vaga".
O primeiro-ministro diz que não deverá haver a "necessidade" de encerrar escolas durante o próximo confinamento, pelo que o Governo deseja que "a atividade escolar possa decorrer com normalidade".
Costa traçou ainda os próximos passos: após a reunião no Infarmed, terça-feira de manhã, o Presidente da República ouvirá os partidos à tarde e enviará ao Governo o projeto de decreto presidencial. Um Conselho de Ministros extraordinário emitirá o seu parecer ainda amanhã.
Quarta-feira de manhã, a questão será votada no Parlamento e o Conselho de Ministros irá aprovar as novas medidas à tarde.
"O calendário de tomada de decisão é institucionalmente complexo, mas vamos cumpri-lo na máxima velocidade."