“Quem colocou o problema foi o Presidente da República, impondo uma condição que não resulta da Constituição, nem da prática política.”
Mais, Costa lembrou, a este propósito, que o primeiro Governo de Cavaco Silva resultou “apenas de umas eleições em que ganhou com 29%”, em entrevista ao “Jornal de Notícias”. E voltou a reiterar que uma coligação com o PSD/CDS não está em cima da mesa: “Se querem mudança, não quererão que o PS faça coligação com um partido que deseja a continuidade destas políticas”.
O líder socialista não se mostrou, no entanto, preocupado com as sondagens, que a esta altura dão vantagem aos socialistas, mas longe de uma maioria. Para Costa, “as maiorias definem-se em cima das eleições”.
“As sondagens dão ao PS 7% acima do que teve nas europeias e as maiorias definem-se sempre em cima das eleições.”
Num momento em que os partidos marcam o calendário de pré-campanha com a apresentação de propostas antes das férias, Costa assegura que o objetivo do programa de Governo socialista é "repor a dignidade das pessoas" e combater a "desumanização da política". Sobre uma das medidas apresentadas pelo partido que mais polémica tem gerado, a redução da TSU, o secretário-geral do PS reafirmou a importância da sua aplicação para dar um novo fôlego ao orçamento de empresas e famílias.
"Temos níveis salariais de tal forma baixos, que sem a redução temporária da TSU não conseguiríamos aumentar o rendimento sem uma pressão que a generalidade das empresas não está em condições de suportar e as famílias estão asfixiadas."
Sobre as Presidenciais, Costa garantiu que tem "uma enorme estima por Sampaio da Nóvoa", mas recusou pronunciar-se sobre um eventual apoio do PS ao antigo reitor da Universidade de Lisboa na corrida a Belém.
"Só conheço um candidato presidencial, que é Sampaio da Nóvoa, por quem tenho enorme estima."