O primeiro-ministro alertou esta quinta-feira para o risco de fuga de cérebros das gerações mais jovens e qualificadas, e insistiu na importância de se alcançar na concertação social um acordo sobre a política de rendimentos.
Numa intervenção na sessão de abertura da conferência dos 30 anos do jornal Público, em Lisboa, com o tema “Portugal… e agora?”, António Costa fez uma longa exposição sobre os desafios que se apresentam ao país e as metas traçadas pelo Governo para a próxima década.
Temos de ter a noção que, apesar da queda do desemprego e da melhoria dos rendimentos, o peso dos salários no Produto Interno Bruto (PIB) continua significativamente abaixo da média europeia, e muito abaixo do início do século”, afirmou.
Por essa razão, explicou, o Governo tem insistido muito junto dos parceiros sociais na necessidade de um acordo de rendimentos de longo prazo “que tenha como meta a convergência com a Europa no peso dos salários no PIB”, alertando que tal é “vital para manter as novas gerações motivadas” e em Portugal.
Das duas uma: ou somos capazes de responder a essa expectativa, ou corremos o risco de sofrer efetivamente um fenómeno muito significativo de ‘brain drain’ [fuga de cérebros], é um risco que não podemos correr. Não nos podemos dar ao luxo de perder a geração mais qualificada que o país alguma vez teve”, disse.
Alertando que “não há empresas viáveis se não forem competitivas a contratar”, o primeiro-ministro reiterou esperar que seja dada uma resposta em sede de concertação social, que tem debatido, até agora sem resultados, este acordo de longo prazo sobre os rendimentos.