Costa assegura que a sua relação com Centeno "foi sempre melhorando" - TVI

Costa assegura que a sua relação com Centeno "foi sempre melhorando"

  • AM
  • 18 dez 2019, 08:29
António Costa e Mário Centeno

Primeiro-ministro considera que seria "muito bom" que Mário Centeno fosse reeleito para a presidência do Eurogrupo

O primeiro-ministro garante que a sua relação com o titular das Finanças "foi sempre melhorando" desde que se conheceram há cinco anos, considerando que seria "muito bom" que Mário Centeno fosse reeleito para a presidência do Eurogrupo.

Em entrevista ao diário Público, António Costa não poupa elogios ao ministro de Estado das Finanças, afastando a existência de qualquer "zanga" a propósito do orçamento europeu após as divergências de pontos assumidas no último Conselho Europeu.

Ao longo deste cinco anos, [a minha relação com Centeno] só foi sempre melhorando, quer pelo conhecimento mútuo, quer, felizmente, também, pelo sucesso coletivo que temos tido", sublinha o chefe do Governo.

A divergência tornada pública no última reunião europeia "não teve nada a ver com o ministro das Finanças".

A divergência não é entre o primeiro-ministro de Portugal e o ministro das Finanças de Portugal", é "entre Portugal e o Eurogrupo" e é por isso, segundo Costa, que nos últimos dias desde o líder do PSD, Rui Rio, ao BE "toda a gente concordou" que a solução para o orçamento europeu "não é benéfica para Portugal".

Na entrevista, o chefe do executivo português apoia a reeleição de Centeno para a presidência do Eurogrupo.

Se ele desejar ser reeleito e tiver condições para isso, é muito bom que aconteça. o trabalho global do prof. Mário Centeno no Eurogrupo tem sido francamente positivo", afirma o primeiro-ministro.

António Costa reitera que o modelo para o orçamento europeu aprovado pelo Eurogrupo "está mal desenhado", mas considera positivo que o Conselho Europeu possa agora fazer o debate.

Isso não tem nada a ver com a relação do primeiro-ministro de Portugal com o ministro das Finanças de Portugal, nem com a de António Costa com Mário Centeno. tem a ver com uma posição assumida no Eurogrupo e com a posição de Portugal. O que acho que devemos estar todos satisfeitos é com o facto de termos tido naquela sala dois portugueses, em que cada um cumpriu a sua função", salienta.

O chefe do executivo português indica ainda que "há imagens televisivas" da sua conversa com Centeno na última reunião europeia em que "se percebe que ninguém está zangado com ninguém".

OE2020 foi dos documentos "mais fluídos" de elaborar

O primeiro-ministro assume que o Orçamento de Estado para 2020 "foi dos mais fluídos" de elaborar no seio do Governo e alerta que não é vocação da esquerda aumentar o défice e a dívida pública.

Não creio que seja de esquerda promover défices e aumento da dívida. Ser de esquerda é assegurar boas condições de financiamento das políticas públicas", salienta António Costa numa entrevista ao diário Público em que reitera a sua confiança na proposta de Orçamento de Estado para 2020.

O chefe do executivo afirma que o documento entregue na segunda-feira na Assembleia da República segue uma "linha de continuidade" relativamente aos orçamentos anteriores, pelo que não vê razões para que seja chumbado pela esquerda parlamentar.

Não vejo nenhuma razão para que quem aprovou os anteriores orçamentos não aprove este", assume.

António Costa desdramatiza as discussões entre ministros a propósito da distribuição das verbas do orçamento, considerando que foi das propostas mais pacíficas de construir.

Foi talvez, internamente ao Governo, dos [orçamentos] mais fluídos de elaborar no seio do Governo", frisa.

O primeiro-ministro considera normal que os membros do Governo discutam com o titular das Finanças as verbas para cada área, afirmando que sempre foi assim desde que começou a sentar-se no Conselho de Ministros em 1995.

Não há guerras entre ministros, há aquilo que é próprio. Eu digo o que necessito, o ministro das Finanças diz o que é possível e vemos em função do conjunto do que é necessário e daquilo que é possível, compomos o melhor Orçamento de Estado possível", descreve.

Costa reconhece que "é preciso arbitrar", mas salienta que "foi assim em todos os anos" e diz que nunca viu um Conselho de Ministros em que "as discussões não fossem feitas".

Na entrevista, o líder do executivo considera que o excedente de 0,2% previsto na proposta orçamental "é importante", mas não significa "um grande aumento de impostos como em 2012, nem novos cortes nos vencimentos ou pensões, ou redução do investimento".

Quando vamos ao médico, o que é que o médico nos diz? Normalmente diz assim: 'Felizmente está de boa saúde, mas não pode fumar, tem de ter cuidado com a alimentação, tem de conter os excessos'. O diálogo com a Comissão Europeia é simplesmente nesta base. Eles reconhecem que as nossas finanças públicas têm cumprido a trajetória e dá-me particular satisfação ir verificando todos os anos que os receios com que olham para os nossos projetos de orçamento não se cumprem e as expectativas são superadas", afirma.

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