Realiza-se ao longo deste fim de semana o Congresso do PS. A marcar o fim do primeiro dia, o primeiro-ministro esteve em entrevista na TVI24, onde falou sobre o desgaste da governação em pandemia. Para António Costa, a adesão "extraordinária" dos portugueses à vacina contra a covid-19 é um ponto de destaque, tal como um novo crescimento económico, depois de um encerramento quase total da atividade.
Questionado sobre a capacidade do Governo para executar o que falta da legislatura, nomeadamente o Plano de Recuperação e Resiliência, o chefe do Executivo destacou outros números positivos, vincando a Justiça e a Energia.
Se não houvesse mais nada a fazer podíamos reformar-nos", disse.
Ainda sobre um possível cansaço do Governo, António Costa diz que "não há exaustão", afirmando que vê a "oposição bastante mais exausta", uma vez que "não tem uma ideia".
Na ótica de uma eventual remodelação no Executivo, o primeiro-ministro pede "tempo", insistindo na consistência da equipa para que se alcancem os melhores resultados.
A remodelação é uma das notícias que anseiam por dar, mas não está na ordem do dia", referiu, dizendo que o líder do CDS pede a demissão de ministros em qualquer caso que aparece.
Fugindo à questão sobre o cansaço do ministro da Administração Interna, António Costa destaca antes os exemplos dos ministros da Educação e da Justiça, que diz serem dos que estão há mais tempo nas respetivas pastas.
Questionado diretamente sobre a polémica do acidente do carro em que seguia Eduardo Cabrita, o chefe do Governo pediu respeito pela família, afirmando que "ninguém está acima da lei".
Sobre uma ausência de discurso de Pedro Nuno Santos, visto como possível sucessor do atual secretário-geral do PS, mas que atualmente terá alguma tensão com António Costa, o primeiro-ministro diz que gosta "sempre de o ouvir", recusando a existência de divergências entre ambos.
Um dos assuntos mais analisados no congresso tem sido a sucessão de António Costa, mas o primeiro-ministro diz não pensar nisso, afirmando que a sua intenção é ir até 2023, altura em que terminam os mandatos como chefe do Governo e como secretário-geral do PS.
Eu avaliei sempre se tinha as condições, entendi que sim, e pelos vistos tenho acertado. Nessa altura farei essa avaliação", vincou, adiando uma decisão concreta para "quando chegar a altura".
Desta forma, António Costa não descartou mais um mandato de dois como líder dos socialistas, admitindo assim que pode ficar para lá de 2023 à frente do partido, e voltar a concorrer às legislativas.