São cinco as frentes em que o Governo Regional e o da República vão atuar para reerguer a Madeira depois do inferno dos últimos dias provocado pelos incêndios florestais e urbanos. Depois de visitar as zonas devastadas, António Costa elencou-as, uma por uma, em conferência de imprensa, tendo a seu lado o presidente do Governo Miguel Albuquerque.
1ª Levantamento dos prejuízos
Um trabalho conjunto entre as autoridades regionais e nacionais, "com levantamento, nos próximos 15 dias, da totalidade dos danos", no sentido de apurar "as compensações necessárias que permitam o financiamento adequado e tão rápido quanto possível das diferentes necessidades".
Por agora, o único número avançado foi uma estimativa do autarca do Funchal, que apontou para prejuízos a rondar os 55 milhões de euros.
2ª Análise e recuperação dos edifícios
3ª Apoio à reposição da atividade económica
4ª Respostas para quem ficou sem casa
Este é, nota o primeiro-primeiro, um "domínio particularmente sensível", já que os incêndios não foram só florestais, mas chegaram a ter uma dimensão urbana com consequências de visível destruição de dezenas de casas.
Ao contrário do que é habitual, atingiu muitas habitações, no concelho do Funchal e, porventura também, no concelho da Calheta. Os municípios estão, neste momento, a fazer um levantamento de quais são as habitações destrúidas e qual é a resposta adequada que temos de encontrar".
5º Imagem da Madeira lá fora como destino turístico
Quer através da nossa rede diplomática, quer da comunicação dos nossos institutos de turismo, está a ser feito um esforço nesse sentido. Aproveito também para fazer um apelo à comunicação social portuguesa, que hoje é vista em todos o mundo, que possa transmitir a todos o mundo que felizmente já não temos Funchal assolado pelas chamas e que está a recuperar normalidade. Os turistas têm condições para poder gozar férias na Madeira"
Apoio pedido pela Madeira foi tardio?
A esta pergunta feita pelos jornalistas, António Costa respondeu: "Não sei se foi tardio, existiu o pedido e foi dada resposta". Depois, pediu que não se entre em polémicas.
Devemos evitar perante situação tão difícil e dramática acrescentar problemas aos problemas que estamos a resolver. Ao longo do últimos dias, as instituições da República, da região e dos municípios deram um bom exemplo de uma excelente articulação e funcionamento. Houve também um acerto pleno entre o Presidente da República e o Governo de qual é a função e natureza do apoio de cada um"
O Presidente do Governo regional, Miguel Albuquerque, respondeu à mesma questão, dizendo que não queria fugir dela. "Assumo as minhas responsabilidades como Presidente do Governo - e que assumo em pleno. O que se passou foi muito simples: falei logo de manhã (na terça-feira) com ministra disponibilizando ela já o reforço de meios caso fosse necessários. A situação às 16:00 era uma situação de controlo do fogo a montante", começou por explicar.
Logo que detetámos, cerca das 16:20/16:30 uma inversão do vento, consoante as recomendações da Proteção Civil, imediatamente entrei em contacto com o primeiro-ministro e esforços chegaram logo de madrugada. Se situação se tivesse mantido estável não fazia sentido desviar meios do combate aos incêndios no continente para aqui".
Ajuda europeia: ponto da situação
Quanto à ajuda europeia, que a ministra da Administração Interna lamentou não ser maior, o primeiro-ministro explicou que o mecanismo de urgência europeu "está muito saturado", já que muitos países têm os seus próprios meios a combater chamas locais, "sem estarem em condições de os libertar".
António Costa preferiu destacar o lado positivo, do apoio dos aviões espanhóis e não só. "Felizmente temos os nossos vizinhos marroquinos que puderam com maior rapidez disponibilizar dois Canadair já a operar". Espera que, em breve, Portugal possa também fazer o mesmo a quem precisar. Seja como for, deixou um apelo à UE:
A UE tem de ter a noção que porventura temos de ter meios mais reforçados do que aqueles que anteriormente existiam"
Finalmente, o primeiro-ministro quis dar uma "palavra de muito apreço pela forma como a população da madeira viveu estes dias, como foi capaz de repor a normalidade do funcionamento da região". E agradeceu aos bombeiros voluntários, bombeiros municipais, GNR, PSP, Forças Armadas e PJ pelo trabalho que têm feito.